Procuro poemas além do falar, do escrever, do contar, do não-contar, do bem-querer, do não-querer, do aqui estar e do não-estar, do carpir, do sorrir, do partir, do não-partir, do decidir e aqui ficar.
É um bem, é um trem, nada aquém, tudo além, moça bonita de trança, é a dança, é o choro, é namoro, veio e acabou a esperança, em tudo crê, nada vê, mas ainda eu sou criança.
Pois os gatos dormem, os fatos correm, para ali e acolá, nunca vi, sou de lá, mas de cá, de muitas terras, de guerras que erro, longe e perto, eu me calo, tudo falo, eu berro, nunca acerto, sempre erro.
Lá vem o guarda, disfarce, é a vanguarda, o velho rosto, o novo gosto, trauma e desgosto, a nova face, é tudo enlace, eu quero tudo, eu quero nada, o vento solto, o mar revolto, fúria guardada, vontade incontida, a morte, a sorte, a vida.
De-me um minuto e quando muito, a piedade, não tenho culpa e me desculpa, isso é saudade, a carne geme, me passe o creme, já me atraso, foi mais um caso, realidade é falsa, dance a valsa, não há maldade.
Eu vou pra rua, eu vou pra lua, eu quero a tua, quero paixão, eu estou a fim, eu quero o sim, dispenso o não, eu venho cedo, dispenso o medo, lá do porão, bateram palma, era minh'alma, lá no portão.
É carnaval, é o bacurau, fica comigo, sou teu amigo, no temporal, eu sou a espera, eu sou a esfera, não tem igual, eu dou mil beijos, são mil ensejos, pra passar mal, toque o tambor, quem me chamou, logo acordou, sou pontual.
Eu te machuco, fiquei maluco, desculpe o jeito, não sou perfeito, sou o pretérito, não tenho mérito, eu quis medalha, não me atrapalha, tão pouco e tanto, tou no meu canto, tou sossegado, eu apronto, ponto por ponto, mas que levado.
Procuro abismos no teu olhar, pra eu cair, pra derrubar, pra me ferir, pra me matar, pra eu sair, pra eu ficar, todas as instâncias, todas as distâncias, sem reclamar, mesmo que corra ou quase morra, sem dormir ou acordar...
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