Eu ando expostamente como quem se esconde em público. Faço ideias que não funcionarão jamais. Espelho em espelhos quebrados. Somos todos errados. Bebo em garrafas doses garrafais. E te odeio em cada segundo. É quando o meu amor vai aumentando mais.
Bunda de fora. Morreu quase agora. A minha demora. Foi culpa da vida. Maldita querida. Te fazia toda em cacos. Que nem os macacos. Pra te rejuntar. Me passe o fogo. Faz parte do jogo. Tudo e nada reinventar.
Eu queria voltar pro útero materno. Quase que eterno. A vida que não vem. É quase tão moderno. Como nascer em Belém. Me tire da cruz. Eu não sou Jesus. Bem tenho um trocado. Meu bolso furado. O dia seguinte. Elogio e acinte.
É quase amor. É quase uma dor. Essa é a nossa sorte. Vem cá meu rancor. Perdi o horror pelo rigor-mortis. É desde as cavernas. Te corto as pernas. Pra servir no jantar. Eu morro de frio. De tédio e vazio. De falta de ar.
Eu sou mais um idiota frente ao espelho. Não mate a esperança. Morreu a criança. Nasceu o pentelho. Não há mais motivo. Censura e crivo. É morto e vivo. Eu rio de tudo. Do chão e do veludo. Não há namastê. Eu sonho pra crer. É só mais um corpo. É só mais um copo. Se for veneno. Aí que eu topo.
O Jardim de Epicuro está vazio. Deve ser porque chegou o frio. Eu sou vadio. Eu falo. Não mio. Nem mais um pio. A esquerda é a direita do outro lado. Quis falar bonito e acabei falando errado. São tantas emoções. Não há mais direções. Esquecemos as lições. Nem cantamos mais canções.
Eu vivo falando do eu. Sou aquele que você perdeu. Quem me achou e não me devolveu. Nobre e plebeu. Preparem logo a mesa do banquete. Bobo é o cacete. Enfeite. Deleite. De leite. Deixa que eu quebro tudo. Não mudo. Mãos de espinho e pés de veludo. É água. Acabou a mágoa.
As meninas agora têm preço. Já esqueci meu endereço. O fim é o começo. Meu apreço. Subo e desço. Fui na esquina comprar pão. É de aço meu coração. Não mais espaço. Pro não. Perdi a razão. Malvado. Malsão. Subo e caio que nem balão. O dinheiro virou razão. Novo deus deste mundão.
Eu vou fazendo minha oferenda. E montando uma nova lenda. Tirem logo essa minha venda. Me entenda. Não tenta. Já passei dos cinquenta. Só tenho motivos pra me mandar. Pode ser que eu encontre um novo lar. A própria vida pode nos matar. Estou cansado e quero descansar. Tragam pra mim um novo ar.
A pedra ficou etérea. A vida é uma pilhéria. Ri da nossa cara. A arma dispara. Sem saber quem disparou. Eu vou onde vou. Eu nem sei quem sou. É o filho e o pai e o avô. Tudo por menos da metade. Maldita idade. Bendita saudade. Guarde o segredo numa caixinha. Fique bem guardadinha. Me passe a farinha. Eu vinha e não vinha.
Eu ando expostamente como quem se esconde em na rua. Faço planos que não funcionarão jamais. Espelho em espelhos quebrados. Somos todos errados. Escrevo em letras quase garrafais. E te odeio em cada segundo. É quando o meu amor vai aumentando mais...
(Extraído da obra "Eu Não Disse Que Era Poeira?" de autoria de Carlinhos de Almeida).
Eu vivo falando do eu. Sou aquele que você perdeu. Quem me achou e não me devolveu. Nobre e plebeu. Preparem logo a mesa do banquete. Bobo é o cacete. Enfeite. Deleite. De leite. Deixa que eu quebro tudo. Não mudo. Mãos de espinho e pés de veludo. É água. Acabou a mágoa.
As meninas agora têm preço. Já esqueci meu endereço. O fim é o começo. Meu apreço. Subo e desço. Fui na esquina comprar pão. É de aço meu coração. Não mais espaço. Pro não. Perdi a razão. Malvado. Malsão. Subo e caio que nem balão. O dinheiro virou razão. Novo deus deste mundão.
Eu vou fazendo minha oferenda. E montando uma nova lenda. Tirem logo essa minha venda. Me entenda. Não tenta. Já passei dos cinquenta. Só tenho motivos pra me mandar. Pode ser que eu encontre um novo lar. A própria vida pode nos matar. Estou cansado e quero descansar. Tragam pra mim um novo ar.
A pedra ficou etérea. A vida é uma pilhéria. Ri da nossa cara. A arma dispara. Sem saber quem disparou. Eu vou onde vou. Eu nem sei quem sou. É o filho e o pai e o avô. Tudo por menos da metade. Maldita idade. Bendita saudade. Guarde o segredo numa caixinha. Fique bem guardadinha. Me passe a farinha. Eu vinha e não vinha.
Eu ando expostamente como quem se esconde em na rua. Faço planos que não funcionarão jamais. Espelho em espelhos quebrados. Somos todos errados. Escrevo em letras quase garrafais. E te odeio em cada segundo. É quando o meu amor vai aumentando mais...
(Extraído da obra "Eu Não Disse Que Era Poeira?" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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