Quando os olhos se arregalaram para o nada
num momento qualquer que nem bem sei
essa era a escuridão que não queria nunca
mas me acompanhou feito um morrer de fato...
Quando os ouvidos tiveram um pressentimento
como só pequenos zumbidos pode então nos dar
sobre iminências totalmente cobertas de perigo
como uma bomba explodisse e acordasse todos...
Quando aromas misturados de prazer e de náusea
solidificaram no ar como cristais de um frio cruel
ocasionado por incômodas e estáticas lembranças
que nos apontam o dedo nos denunciando inocência...
Quando o amargo assustou o doce de minha boca
com as reclamações que queria fazer mas não pude
e foi como quem coloca o dedo na boca no susto
do espinho que nos fere em nome do irremediável...
Quando todos os pelos do meu corpo se eriçaram
não pelo líbido que tinham oculto por tuas carnes
mas algo meio que inexplicável semelhante ao toque
que o morto experimentar ao tocar sua lápide...
Quando todos os sentidos acabaram se misturando
para o mais insólito dos resultados que se pode obter
e um grande sono veio e veio como talvez um tsunami
e algo que me sucedeu fora dos sentidos e na alma...
Nenhum comentário:
Postar um comentário