quinta-feira, 22 de agosto de 2019

Festa dos Ossos

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nossos ossos
comem as carnes do dia
e não procuremos explicações
para tal jornada...

cegos estamos e continuaremos
no mais trabalhoso afã
de sermos exatamente nada
como sempre o fomos...

o único perigo
que estamos expostos
é que tudo dê certo
e percamos a fama de tristes...

queimei todos os livros da estante
porque passava muito mal
fazendo certos malabarismos
com verdades incômodas...

os passos são difíceis
porque somos sempre perseguidos
por tudo que deveria ser
motivo até de algum perdão...

saí feito um desembestado
pelos becos que encontrei
não porque já era noite
mas porque a luz me cegava...

a química é imperfeita
e a lógica usa umas muletas
mas ainda assim vamos
por alguns caminhos aí...

nossos ossos nos consomem
e mesmo assim vamos
com as carnes em pânico
sabendo que amanhã talvez...

(Extraído da obra "Eu Não Disse Que Era Poeira?" de autoria de Carlinhos de Almeida).

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