Não sei onde vou, mas vou
envelhecido na teimosia
que devora o tempo em pedaços
mais ou menos pequenos...
Não sei onde atiro, mas atiro
e sou flecha e sou alvo
sem poder distinguir quem gozou
ou ainda quem sofreu mais...
Não sei porque grito, mas grito
se meu silêncio chega
e sou obrigado à fazer um funeral
como o restante da alegria...
Não sei porque canto, mas canto
letra ou então letra alguma
já tantas vezes tentei alçar voo
mas a queda foi certeira...
Não sei porque danço, mas danço
por todas as praças do mundo
esperando novos e bonitos dias
que teimam em não vir...
Não sei porque amo, mas amo
parece que me suicido
e quanto mais quero, quero mais
viver enquanto morro...
Não sei porque meço, mas meço
desesperado escrevo
pelas muitas e muitas paredes
das velhas ruas que percorro...
Não sei onde vou, mas vou
envelhecido na precisão
que devora o tempo em pedaços
mais ou menos pequenos...
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