Canso-me com as mentiras
que vão sendo espalhadas por aí
canso-me com os milagres propalados
milagres esses que nunca nem vi
canso-me com os caminhos retos
que trazem emboscadas que caí
Canso-me com as falsas causas
pelas quais por tantos dias lutei
com o trono branco feito de louça
onde se senta o nosso suposto rei
com os muitos dias sem um motivo
dias esses que talvez um dia viverei
Canso-me com a caixa do diabo
que me obriga à ficar assim sentado
com meu aquele meu insano egoísmo
que me impede de olhar para o lado
e ver outro humano também triste
porque tem fome e está abandonado
Canso-me com a minha idiotice
que é parecida com uma joia barata
com esse meu instinto de sobrevivência
que aos poucos me adoece e me mata
porque sou apenas um sujeito normal
e é por isto que sou mais um psicopata
Canso-me com minha carteira cheia
e com a minh'alma totalmente vazia
pelo mais simples e evidente dos fatos
de que fui eu mesmo que matei a alegria
e que só me lamento das merdas que fiz
e não me lembro das coisas boas que faria
Canso-me com todas estas verdades
que fazem parte do meu grande fracasso
de me achar dono do meu próprio destino
de pensar que eu sou o dono do pedaço
enquanto sou apenas mais um idiota
que acaba sentado e dormindo de cansaço...
(Extraído do livro "Eu Não Disse Que Era Poeira?" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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