domingo, 25 de agosto de 2019

Quando Ele Morrer

Quando ele morrer
será manhã de carnaval
pois afinal viver
não foi assim tão mal
e os foliões virão sambando
e a sua morte comemorando
viveu como lhe foi dito
um viver nem feio nem bonito
às vezes rindo e outra chorando
ou na espera ou se desesperando

Quando ele morrer
será numa noite de temporal
o vivente tem que sofrer
numa luta tão desigual
e as carpideiras se lamentando
todas elas virão em bando
viveu como um mero canalha
que pelo chão ilusões espalha
espalha pra depois ir catando
as ilusões são folhas amarelando

Quando ele morrer
será uma tarde tão banal
será então como ver
aquela luz bem no final
a luz que sempre foi brilhando
mas que vai se apagando
a mesma luz entrou pelas janelas
e deixou as cores até mais belas
estão agora em seu rosto beijando
e até sua morte comemorando

Quando ele morrer
na verdade serei eu...

(Extraído do livro "Muitos Dias Já Se Passaram" de autoria de Carlinhos de Almeida).

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Poesia Gráfica LXXXVI

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