Acabou de acabar...
o amor que em mim ainda havia
e que foi esmagado
feito inseto no asfalto
pelos pneus do automóvel.
Acabou de acabar...
aquela tardia e viva esperança
de que a minha história
podia ser bem diferente
com o que chamam final feliz.
Acabou de acabar...
aquela cor nova que sobrevivia
teimando em entrar
pelos meus olhos adentro
para poder me salvar da escuridão.
Acabou de acabar...
a canção que muitas vezes repeti
tentando espantar a aflição
e disfarçar esta minha dor
até que o sangue pudesse estancar.
Acabou de acabar...
a cachaça que enchia o meu copo
os cigarros dentro do maço
e aquela razão qualquer
para me considerar um ser vivo.
Acabou de acabar...
e resta-me somente a eternidade...
(Extraído do livro "Eu Não Disse Que Era Poeira?" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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