Ora, isso é simples como água!
Guardar canções no bolso sem roupa,
Mascar chicletes meio que imaginários,
Berrar pedindo o mais extremo silêncio...
Qualquer elemento me serve, entendeu?
Ter saudades do que nunca aconteceu,
Guardar superstições até se incrédulo,
Bater em portas que não irão se abrir...
Ah! Se acabou é que eu quero mais...
Disparar um tiro da arma sem munição,
Implorar de joelhos palmas imerecidas,
A fruta verde caiu no chão madura demais...
Alguém já lhe disse mais besteiras?
Só se continua criança se envelhecer,
Até os vilões tem algum pouco de razão,
Os bodes expiatórios não espiam nada...
Os aviões agora andam de cadeiras de roda...
O primeiro gosto já é mais que bastante,
Um acidente geográfico não tem vítimas,
Eu sou palhaço porque sei chorar muito...
Quer mais uma fatia desse nosso bolo?
Pecado com testemunha é só um crime,
Nunca se fez um gol sem a bola entrar,
Um sanduíche caprichado aqui pra madame...
Depois de um cigarro é que vem outro...
O sopro do vento não conhece dente algum,
A margarida não gosta mais de aparecer,
Nenhum risco que passei serviu de algo...
Ok! Depois do chá nós vamos conversar!
Sua baiana tem pouca roda pro carrossel,
Fui um menino mimado de poucos mimos,
O mapa da mina nunca teve um namorado...
Em casa de ferreiro nem um espeto tem...
Tições de brasa sempre são bom petisco,
Só coleciono moedas que roubei de mim,
Minhas perversões são dentes encravados...
Vamos dar um tempo pra esse relógio velho?
(Extraído da obra "O Livro do Insólito e do Absurdo" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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