sexta-feira, 17 de outubro de 2025

H.

Sem moicanos porque a semana passou.

Sem Borboletas Azuis porque antes foram.

Apenas um enigma em brancas letras mais.

Norteadas em um signo sem tal música.

Esta estrela cadente que nunca irá cair.

Escolho letras um tanto que mal caídas.

O que vai ser?


O prato do dia será sem algum fôlego.

Um cigarro e uma cigarra só pelo papel.

O réu confesso há de se tornar calado.

Acabou de faltar chicotes para as galés.

E o morto dançará balé ali no quintal.

Todo código será servil enquanto puder.

O que ainda temos?


Nas mãos um poder quase que anulado.

Na testa um filme que nunca pôde existir.

Eu não entrei nesta fogueira porque não.

Um palavra é proibida entre tantas delas.

Talvez a tentativa seja mais um acerto.

A nossa máscara é ainda mais que óbvia.

Estarei doente?


Toda dor tem um propósito mais fútil.

Veio um disco voador como um Uber.

Marte fica ali na esquina dessa avenida.

O tribunal decide as leis mais imperfeitas.

O sal da terra acabou destas prateleiras.

Eu escondo minhas nuvens com as mãos.

É apenas dor?


A princesa e o príncipe não se casaram.

Esse enigma nunca foi apenas um enigma.

Meus olhos agora estão no piloto automático.

As serpentes estarão quase que despertando.

Ele sabe o que eu quero e o que não quero.

Falta até água nesse mar que já foi azul.

Isso é dança?


O balanço da rede agora é coisa tão inédita.

Um copo de uísque para uma dose de ervilha.

Hoje não tem goiabada e nem clown no circo.

Nossa saúde é mais uma aranha que irritada.

Minha faca nova estava apenas mais irritada.

O telégrafo torou férias de tempo indeterminado.

Viramos poeira?


O casal de surdos fizeram a mais bela sinfonia.

Meu reumatismo tem ascendente em escorpião.

Se ele estivesse por aqui iria engolir em molhado.

O programa de entrevistas acabou bem no meio.

Velozes e Furiosos agora neste ritmo de samba.

Comprei um cadeado para fechar aquela questão.

Acabou o creme?


O beijo na boca é o primeiro ato sexual que se faz.

Morangos e ameixas podem dormir na mesma caixa.

Bolachas com creme será a nossa mais nova onda.

Tudo o que eu peço é não poder não pedir mais nada.

A fonte dos desejos está viciada em tantas moedas.

O cavalo do guerreiro jogou o coitado ali neste chão.

Pandeiro e viola?


H. traga-me apenas mais boas notícias...


(Extraído da obra "O Livro do Insólito e do Absurdo" de autoria de Carlinhos de Almeida).

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Paródia Malfeita

Nada nunca foi real... As palavras são grande mentirosas Apenas insetos para a aranha do tempo Em suas teias quase malvadas... A graça acaba...