Cigarros feitos de pontas
Em pedaços de folhas de caderno...
Nunca sabemos onde estamos
Mesmo sabendo detalhe por detalhe
Cada passo é apenas surpresa
E um dia nunca foi igual ao outro...
Barulhos vindos da rua
Em que o lá fora nos espera agredir...
Levo dias sem mirar o espelho
Evitando uma desagradável surpresa
As gotas d'água escorrem nas parede
Essas paredes que são o tempo...
Eu só tenho medo do medo
Da escuridão não posso ter mais...
Uma música toca bem longe
Só não dá para distinguir sua letra
E nem quantos serão os incestos
Que ali estão sendo cometidos...
Nos tornamos falsos brinquedos
No meio de nenhuma brincadeira...
E enquanto os mendigos dormem
E sonham estar engolindo o mundo
Eu tento vender a minha pobre alma
Mas não querem pagar preço justo...
O amor é uma máquina parada
Que veio com defeito de fábrica...
Este é apenas um livro de mistérios
Como estes que Agatha escreveu
E talvez a solução esteja no final -
Não havia solução mais nenhuma...
(Extraído do livro "Pane Na Casa das Máquinas" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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