Bêbado no meio da festa
Distribuindo margaridas inexistentes.
Meu nome não importa mais
E aliás nunca importou.
Eu sou apenas o que acende velas
E que nunca é atendido.
A noite é apenas meu dia
Nunca soube falar a língua dos anjos.
Uma garrafa de vinho é quebrada
Para comemorar o meu mal.
Eu sou apenas aquele último da fila
Que acaba todos os dias.
No dia em que partir
Partirei só e sem uma despedida.
As fantasias agora foram se rasgando
Assim como os muros caíram.
Alguém deve ter lançado alguma pedra
E isso assustou todos as aves.
Cada um tem o seu pedaço
E o meu acabou indo ao chão.
O mar quase me engoliu num dia quente
Antes tivesse assim engolido.
Mãe me perdoe por essas múltiplas dores
Desse meu parto meio exagerado...
(Extraído do livro "Escola de Mortos" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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