sábado, 4 de outubro de 2025

O Enigma J.Jy.

Não sei, não sabe, não soube.

Um avião inexistente no céu emudece.

A água em pingos mata ainda vivo.

Para o nada, o nada é que serve.

Respirar é o princípio de tudo que há.

Um risco calculado sem contas.

Aquele que já morreu é que continua.

E ela agora dorme numa gaveta.

Cidadania às avessas e moedas.

O perfume que existe é que não existe.

A moda é uma tirana que se rasga.

A droga acontece mesmo quando não.

Maldita seja ela e mais nenhuma.

As grandes salas permanecem vazias.

O sobrenatural é quase natural.

À ferro e à fogo nosso vão cotidiano.

Todos podem rir dessa sua cara.

Então não tem então porra nenhuma.

Qualquer imoralidade é quase zen.

Somos feito cães e quase eles.

Iremos dançar pelados pelas ruas.

Um sono na sarjeta é muito bem vindo.

Estamos perdidos na selva daqui de casa.

São muitas chaves para nenhuma porta.

Ir em Londres para comer mariolas.

Só cozinhe quando o fogo estiver apagado.

Não valemos mais que um peido e meio.

Isto é apenas mais um auto-canibalismo.

Apenas velhas notícias já satisfazem.

Tirar meleca do nariz é muito difícil.

Só acredito no deus que os ateus acreditam.

Saramago deve ser tipo um remédio amargo.

Hoje eu como frango todos os dias. 

Não sei, não sabe, não soube...


(Extraído da  obra "O Livro do Insólito e do Absurdo" de autoria de Carlinhos de Almeida).

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