sábado, 18 de outubro de 2025

Pois Eu Não Estou Desesperado

Eu não estou desesperado,

Eu sou um desesperado...


Acho que cheguei neste fim de festa,

Onde todos já foram embora

Para catar algum resto de alegria,

Se é que me sobrou algum...


Eu não estou malvado,

Eu sou um malvado...


Não se engane com esse meu riso,

Nem com os meus desejos,

Não pedi para que eles existissem

E muito menos não conseguir...


Eu não estou tristonho,

Eu sou um tristonho...


Nada posso fazer, nem por mim,

Quando muito posso te acordar,

Te avisar do perigo iminente

Que o poder pode representar...


Eu não estou idiota,

Eu sou um idiota...


Eu sou como essa maioria

Que quer andar sem pés

E acaba se jogando do alto

Sem que tenha alguma asa...


Eu não estou poeta,

Eu sou um poeta,,,


Pela força da circunstância

Enxergo um pouco mais

E até tenho esse meu medo

Destes olhos caírem no chão...


Eu não estou desesperado,

Eu sou um desesperado...


(Extraído do livro "Escola de Mortos" de autoria de Carlinhos de Almeida).

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