quinta-feira, 2 de outubro de 2025

O Outro Lado do Outro Lado

Malícia inocente de descalços pés.

Ela vem andando como quem voa.

Um dia aprendo a fazer um poema.


Me afastarei dos rios caudalosos.

Não repetirei esses tristes muros.

Nem farei comemorações vazias.


Só usarei azul quando me der vontade.

Não vou mais ao bar nas tardes curtas.

Não há mais explicações para enigmas.


Daqui cinquenta anos cinquenta passam.

Todos os mortos já viveram os carnavais.

Eu não tenho pena de quem teve pena.


Discos voadores são apenas uns pratos.

Faço rimas como quem não está gritando.

Carneiros e cabras nós temos tão muitos.


Minha fé de pé quebrado e ossos inteiros.

Ninguém prova que a verdade é tão real.

Toda riqueza só depende de onde ela está.


Malícia indecente de descalços pés.

Ela vem andando como quem sorri.

Um dia aprendo a fazer um poema...

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