Eu ando andando na corda bamba
com os olhos vendados
e as pernas muito trêmulas
como quem entra em desespero
por qualquer um motivo banal...
Limpo o suor que escorre da testa
com meus dedos amarelados
de muita nicotina que ingeri
não cuidado bem da vida
para poder escapar da morte...
O meu peito é embalagem vazia
que reaproveitei pra guardar
todos os meus mais velhos sonhos
foram muitos os que morreram
mas que continuam gritando...
Não sei mais o que eu faço
desorientado feito um cão no trânsito
desta grande rua chamada mundo
e os mísseis caem direto do alto
mesmo quando não há guerra alguma...
Mais uma dose no mesmo copo
o fogo desce garganta abaixo
fico mais tonto e não me importo
a tolice brota de qualquer chão
e até os ventos acabam rindo também...
Deixe que eu ande sempre adiante
seja dia ou em qualquer madrugada
o perigo só troca a sua roupa
pula de surpresa em nossas costas
e corta impiedoso nossas gargantas...
Caio redondo no chão da sala
a minha grande queda sem testemunha
os nossos maiores ridículos são os sós
aqueles que ninguém ri somente nós
somos testemunhas de nossos pecados...
Quero dormir até o outro dia
acordar com a cara toda amassada
mais um gosto amargo na pobre boca
um não batendo em minha porta
talvez menos malvado que um talvez...
(Extraído da obra "O Livro do Insólito e do Absurdo" de autoria de Carlinhos de Almeida).
com os olhos vendados
e as pernas muito trêmulas
como quem entra em desespero
por qualquer um motivo banal...
Limpo o suor que escorre da testa
com meus dedos amarelados
de muita nicotina que ingeri
não cuidado bem da vida
para poder escapar da morte...
O meu peito é embalagem vazia
que reaproveitei pra guardar
todos os meus mais velhos sonhos
foram muitos os que morreram
mas que continuam gritando...
Não sei mais o que eu faço
desorientado feito um cão no trânsito
desta grande rua chamada mundo
e os mísseis caem direto do alto
mesmo quando não há guerra alguma...
Mais uma dose no mesmo copo
o fogo desce garganta abaixo
fico mais tonto e não me importo
a tolice brota de qualquer chão
e até os ventos acabam rindo também...
Deixe que eu ande sempre adiante
seja dia ou em qualquer madrugada
o perigo só troca a sua roupa
pula de surpresa em nossas costas
e corta impiedoso nossas gargantas...
Caio redondo no chão da sala
a minha grande queda sem testemunha
os nossos maiores ridículos são os sós
aqueles que ninguém ri somente nós
somos testemunhas de nossos pecados...
Quero dormir até o outro dia
acordar com a cara toda amassada
mais um gosto amargo na pobre boca
um não batendo em minha porta
talvez menos malvado que um talvez...
(Extraído da obra "O Livro do Insólito e do Absurdo" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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