Tudo é festa...
Ao seu modo, ao seu jeito, mesmo quando a morte anda pelo meio dos homens, procurando a sua mais nova tarefa. É uma brisa de duplo sentido, quase triplo. Muitos passos ainda serão ouvidos por estas ruas sujas de qualquer lugar por aí. As tragédias não sabem escolher seus atores.
Passarinhos indecifráveis cantam em seus particulares idiomas. Os símbolos estão mais do que vivos, nunca duvide disso. E mesmo que hoje (como sempre) algo ou alguém parou, as máquinas em sua ingênua maldade continuam seu eterno movimento. Para criarem sonhos fugazes de um ou outro canalha por aí e matar outras tantas vidas que pendem socorro de forma inutil.
Na frente de cada tela, olhos compridos de uma desesperança disfarçada. A promessa que será descumprida com pontualidade, o charme indiscreto motivo de altas gargalhadas e um desperdício seco de enormes relógios. O sentido de tudo é como velhos mosquitos que voam perto das paredes pedindo para serem esmagados.
A maldade é um carnaval que chegou fora de hora, nos pegou sem fantasia e sóbrios demais para comemorarmos o nada que nos aflige. Os palhaços abaixam suas cabeças e se recusam a entrar no picadeiro. Estar vivo é a maior de todas as desculpas. Nossas necessidades brotam até onde não há espaço algum.
Nossos crimes pedem perdão, não por arrependimento, mas por não poderem ser piores do que foram. Aprontamos e aprontamos muito, como bons meninos fazendo sua lição de casa. Todo brinquedo quebra, toda roupa rasga, todo plano acaba falhando. Isso faz a travessia que todos nós fazemos.
Eu gostaria de falar somente de belezas e alegrias, mas mentir é muito feio para um velho da minha idade. Já gastei todas elas quando era moço em tentativas de vencer obstáculos que, afinal de contas, eu estava enganado pensando que eles existiam.
As minhas escolhas, por mais erradas que fossem, foram as minhas. Tome cuidado quando constrói suas correntes, algumas machucam menos, outra mais. Depende do nosso impulso o quanto doerá de bater com a cabeça na parede. Desmaios existem por quaisquer motivos, por mais absurdos que eles possam parecer.
Toda manhã acaba correndo, o frio está terminando como tantas vezes já acabou. Só as dúvidas devem permanecer para que o nosso ritmo não pare. Enquanto isso os carros seguem desvairados pelas mesmas ruas que tanto falo. Nada pára, apenas disfarça para que nos enganemos com tal ilusão.
Tudo é luto...
(Extraído do livro "Insano" de autoria de Carlinhos de Almeida).
Na frente de cada tela, olhos compridos de uma desesperança disfarçada. A promessa que será descumprida com pontualidade, o charme indiscreto motivo de altas gargalhadas e um desperdício seco de enormes relógios. O sentido de tudo é como velhos mosquitos que voam perto das paredes pedindo para serem esmagados.
A maldade é um carnaval que chegou fora de hora, nos pegou sem fantasia e sóbrios demais para comemorarmos o nada que nos aflige. Os palhaços abaixam suas cabeças e se recusam a entrar no picadeiro. Estar vivo é a maior de todas as desculpas. Nossas necessidades brotam até onde não há espaço algum.
Nossos crimes pedem perdão, não por arrependimento, mas por não poderem ser piores do que foram. Aprontamos e aprontamos muito, como bons meninos fazendo sua lição de casa. Todo brinquedo quebra, toda roupa rasga, todo plano acaba falhando. Isso faz a travessia que todos nós fazemos.
Eu gostaria de falar somente de belezas e alegrias, mas mentir é muito feio para um velho da minha idade. Já gastei todas elas quando era moço em tentativas de vencer obstáculos que, afinal de contas, eu estava enganado pensando que eles existiam.
As minhas escolhas, por mais erradas que fossem, foram as minhas. Tome cuidado quando constrói suas correntes, algumas machucam menos, outra mais. Depende do nosso impulso o quanto doerá de bater com a cabeça na parede. Desmaios existem por quaisquer motivos, por mais absurdos que eles possam parecer.
Toda manhã acaba correndo, o frio está terminando como tantas vezes já acabou. Só as dúvidas devem permanecer para que o nosso ritmo não pare. Enquanto isso os carros seguem desvairados pelas mesmas ruas que tanto falo. Nada pára, apenas disfarça para que nos enganemos com tal ilusão.
Tudo é luto...
(Extraído do livro "Insano" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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