os meus segredos estão
bem guardados dentro de mim
num cofre inviolável
assisto às tempestades
totalmente impassível
não sei se por coragem
ou se é por apatia
quero gritar bem alto
mas desconheço a nota
esqueci a letra desta canção
e os enfeites que possuía
foram jogados fora
esqueci os outros gostos
e só me lembro do amargo
eu entendo todas as piadas
mas não consigo mais rir
meu luto é bem diferente
coloco minha fantasia de sempre
sem me esquecer da máscara
tudo acontece e eu não sei
a dor é meu único alfabeto
e todos os sinais vêm por ela
nesse exato momento
há uma eterna repetição
no seu tempo mais que exato
nada que não é velho
pode possuir existência real
todos os paradoxos estão prontos
mas o gás acabou e impossível é
que os sonhos estejam prontos
eu me confundo com tudo e agradeço
isso é o que chamaremos imaginação
o que satisfaz plenamente é o que falhou
talvez mais do que não aconteceu
as cordas do violão romperam-se
nem sempre o aço resiste
existem feiras livres todos os dias
eu não fui o culpado por certos culpados
nem só os maus fazem maldades
o diabo coleciona boas intenções
e gargalha no momento mais exato
eu quero e vou ser mais um estrangeiro
acabei de colher algumas nuvens vagabundas...
(Extraído do livro "Insano" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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