a esperança cravou-me
com dentes pontiagudos
e por mais que corresse
não pude evitar
que me arrancasse
alguns pedaços
os sonhos feriram-me
com suas garras afiadas
até que não restasse
mais uma gota de sangue
eu caísse desmaiado no chão
eu inerte ali caído no chão
a paixão esfolou-me
trazendo uma dor pungente
pobre ser sem pele
feito bicho sem o couro
sofrendo ao menor toque
como quem cai em brasas
a tristeza alvejou-me
com seus projéteis mortais
apontou-me sem piedade
e nenhum dos meus gritos
foram suficientes
para conter sua maldade
o choro queimou-me
as minhas sujas faces
como um ácido escorrendo
sobre o pobre metal
e deixando seus sucos profundos
como rios que secaram
só o amor veio sem maldade
sem tocar-me em nada
e num instante
o mais breve de todos eles
matou-me de forma rápida
sem causar ferimento algum...
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