terça-feira, 7 de julho de 2020

Improvável Relógio

Menina Da Criança De Oito Anos Que Olha Seu Relógio Surpreendido ...
Eu corro mais que um drama
num desespero mais que peculiar
não tente me impedir de maneira alguma...
E faço carinho nestes espinhos
e a dor já não me preocupa mais
isso é coisa do passado tal um muro pulado...
O destino é algo mais oculto
feito um tesouro de piratas em filmes
com a ilha mais deserta que pode existir...
Todos nós mentimos e muito
no ar dessas carruagens fantasmas
mais por querer do que por ter necessidade...
Eu faço muitas danças sem chuva
e tudo é bem menos que se imagina
e tudo se vulgariza depois que se conhece...
A ilusão quebra minhas pernas
para que eu não consiga mais correr
e o carro da realidade passe por cima de mim...
O motivo da vida é ela mesma
só a morte não tem motivo nenhum
mas sua lógica é mais do que inquestionável...
O carro do corpo veio sem freio
e alma não possui prudência nenhuma
abusos e vontades acabam se misturando sempre...
Alguns desenhos são enigmas
e em paredes e fotografias guardamos coisas
que nem podemos voltar atrás para poder resgatar...
O pó vai se acumulando aos poucos
e as cores acabam se transformam sempre
e as tradições surgiram das mais simples rotinas...
Qualquer emoção mais barata
faz o ritmo deste meu pobre coração
bater desordenadamente como se sucedem os dias...
Qualquer dia desses sem perceber
virei andando por uma dessas sujas ruas
e nem perceberei que esse meu improvável relógio parou...

(Extraído do livro "Insano" de autoria de Carlinhos de Almeida).

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