Faltam cães em largados passeios
enquanto a mente se distrai até demais
eu não gosto desses dias tão frios
mas acabo sendo perseguido por eles...
É simples descobrir os maiores enigmas
basta apenas não pensar em mais nada
há muitas folhas caídas por estes chãos
e nem preciso desviar o rosto para vê-las...
Uma nota só quebrando o meu silêncio
todo agora se movimenta até o imóvel
acabaram-se todas as naturezas-mortas
e até meu coração está doendo menos...
Estas velhas asas são mais que suficientes
vou à qualquer lugar sem esforço algum
perdi por completo o medo dos abismos
não me faz tremer as profundezas do mar...
Eu inverto todas essas regras possíveis
e faço da minha loucura a mais sã que há
sei agora que os choros são inevitáveis
mas viver é o que podemos sempre fazer...
Faltam também donzelas para eu defender
mas não importa os dragões foram embora
as velas das naus conhecem seus ventos
e à cada segundo eu invento uma nova cor...
Os castelos da maldade caem diariamente
mesmo que teimem em construir outros
e eu aqui tranquilo e intranquilo como Shiva
mesmo sem o Ganga entre meus cabelos...
(Extraído da obra "O Livro do Insólito e do Absurdo" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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