domingo, 12 de julho de 2020

Aperreio

8 dicas simples para lidar com a birra das crianças
Tu num sabe, mandrango? Ah, pois deveria saber. É a vida, malesto, é a vida! Esse nó de novelo enroladinho que gato lambe até os beiços de tanto gostar. Tão complicada que simples é. Tão cheia de pergunta que parece caderninho de estudante. Capa caprichada e cada garrancho que só Deus mesmo. 
Na hora do embarque não tem me dá aí o sal, tem disso não, era uma vez e pronto. Não tem chora meu nego e nem mais um. É madeira de dar em doido e em quem tava quieto. Quem sambou, sambou. O pau quebrou. Sem sombra e nem lombra. Desceu redondo na coisa.
É aquele teatro e como! Desmaio pra lá, desmaio pra cá, parece até hora de pechincha grossa. O pato sai correndo por falta de pagamento, sim, senhor. Todo mundo comeu, mas ninguém viu. Dá vontade de cair no redondo rindo de tudo e por tudo também. Cadê o rei? Pois não tem trono certo,meu ruim. Quem canta a pedra nem acerta, olha eu aqui pra dizer isso.
Assim, assim, assim, veio sem reparo e ninguém repara. É tudo enguiçado mesmo, raça ruim, destrambelho só. Míngua tudo,estraga tudo e nem tá aí. O palhaço tropeçou, caiu. É tudo mesmo assim. Se for reparar fica abestalhado mesmo. É só deixar que ele morde e arranca pedaço.
O hoje é o amanhã dormido. Anota aí, seu milingo de testa oca. Quem ri muito, tá é de mentira. Nem piada enche o bucho do cara, só tapeia e muito mal. A mãe do ouriço é que sabe. O bebé chora de hora em hora. Acaba com o sono dos justos e dos motoristas de táxi, é com certeza, meu bem.
Quer correr perigo? Queira. Mais fácil que isso só aipim cozido bem quente na boca do malandro. Não dá nem chance de fazer pose. Bico então nem se fala. O bonito vira feio, o daqui vira estranho. Caneta velha escreve ou não, mas sempre tem alguma serventia. É que nem faca quebrada segurando vidro de porta, isso é.
Vontade é o que dá e mata. Olho grande cai no chão. Quem bebe demais se afoga até no seco. Só que o pior é que só se sabe isso no fim da curva, aí não há mais freio, nem botando o pé no chão. Se bota, perde o resto. A casa vai abaixo, nem chupeta resolve.
Engasgou? Come farinha. Agora sim, tem mais um motivo, seu réquio babaca. Deixe eu cá com meus entremeios, seu moleque! Não gasto o meu latim porque não tenho. A casa do pombo é o mundo, ele que é esperto, não paga imposto e papa de graça. Gato faz parte do tropeço. Isso mesmo.
Se dói, doeu. Faz parte das partes. Muita cura é só costume, o espinho se cansa e vai pra outro. De resto não sobra nada, tudo é da mesma fôrma, pão, pão, não, não. Riqueza pouca é bobagem. É pedra oitenta, a noventa já acabou faz tempo. Virou cana surripa, é o que se tem, meu bem.
Aguentar bala zunindo que nem mosquito só pra quem tem diploma, sai sambando que nem periquito mandeixo e olhe lá. Só cego é que vê bem. Ferrugem agora é o vento, de peruca e tudo, só quem sabe é o jacaré, de chuteira também. Faço votos que sim. 
Por falar em voto, já saio correndo, comigo não! De mandreio já chega o meu, seu doutor. De vela a encruzilhada lotou. Uma pede licença pra outra. Eu misturo tudo e acaba dando certo. Mais uma aí pro cabra aqui, não tem jeito mesmo, só eu pra aturar esse candengo demais. Faço o que eu quero até quando não quero. De exagero pra lá de lá. 
Pouca coisa se espera da cueca tirada, meu nobre. Até caixote de bacalhau vai bem, nem mais pro lado e nem pra cima. Tudo fica espalhado que nem meu quarto quando a preguiça bate (dia sim, outro sim), nem dá pra fazer nada. Desliga tudo de uma vez, não tem chora mamãe, não. Aí, só uma muda de roupa basta, olha que nem é pijama...

(Extraído do livro "Insano" de autoria de Carlinhos de Almeida).

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