Eu fui bucólico como a morte
nas piruetas mais mortais possíveis
Nem tempo longe e perto
que nem eu mesmo sei mais dizer
Só sei que pulei os abismos
para aqui mesmo estar...
Muitos desenhos pelas paredes
e palavras-chaves que não esclareciam
Mas por que isso?
Respostas só existem para perguntas
E você bem o sabe
eu não costumo perguntar nada...
Talvez ainda haja alguma dor
guardada escondida em meus bolsos
Mas não sei se o fogo acenderia
no meio de um temporal tão grande
Talvez o meu riso debochado
queira fazer alguma nova pantomina...
Eu olhei para o alto certas vezes
como quem deflora nuvens sem maldade
Explodi muitas e muitas bombas
sem ter ao menos noção exata disso
Foi apenas puro desespero
ao ver o sangue que escorria nas mãos...
O destino ri agora da minha cara
e as andorinhas acabam fazendo coro
Tudo é possível para a tristeza
e os sonhos ajudam a matar-me mais
Escute meu grito pela noite afora
na mais inútil das procuras por você...
(Extraído do livro "Muitos Dias Já Passaram" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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