toda cor de cor nenhuma
a inocência de dias mortos
todo som de som nenhum
a felicidade indo embora
misturam-se na minha mente
tantas figuras indefiníveis
que tudo parece um pesadelo
feito de retalhos de insônia
toda luz de luz nenhuma
eu só conheço madrugadas
todo amor de amor nenhum
me feri com tantos espinhos
num carnaval já passado
a poeira acaba nos cobrindo
não seremos mais o futuro
somos o passado sem presente
toda fé de fé nenhuma
meu desespero vem vindo
todo ar de ar nenhum
minhas palavras me sufocam
a maior de todas as doenças
é importar com alguma delas
viver pode ser um sofrimento
mas é o que temos para hoje
toda paz de paz nenhuma
as bombas valem dinheiro
todo mar de mar nenhum
acabaram-se os mistérios
a transformação em opostos
meu medo foi minha coragem
dos abismos o mais profundo
de lá é que eu alcei meu voo
toda cor de cor nenhuma
a inocência do meu demônio
todo som de som nenhum
a felicidade afinal nunca veio...
(Extraído da obra "O Livro do Insólito e do Absurdo" de autoria de Carlinhos de Almeida),
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