Tudo muda de forma mais ou menos desastrosa sob meu nariz, não tenho nem tempo de atinar o que aconteceu. Os ventos levam as horas embora, sem sua permissão ou vontade.
Repetitivo? Talvez. Costumamos errar as lições de casa. Todo erro repetido se transforma em hábito...
Entristece o ar em torno de forma inevitável, mesmo quando existem ainda bandeiras coloridas num interminável bailado. Aquele meu quintal já foi embora para nunca mais voltar.
Entristecido? Talvez. Existem condições humanas o tempo todo. Toda tristeza tem seu motivo...
A minha loucura tenta chamar a minha atenção, por gestos ou até gritando bem alto. Sem ela apenas seria mais uma figurinha desbotada num velho álbum.
Entediado? Talvez. Tudo traz o seu pedaço obrigatório deste. Sem tédio cairíamos na mesmice de uma inércia bem pior...
Nem sempre o amor escolhe o que é melhor, até a maldição pode atrai-lo. O amor é um parede em branco, pode surgir nele as melhores telas possíveis ou as mais torpes obscenidades.
Aborrecido? Talvez. O meu demônio permanece em mim. Ele nunca se aborrece de dar boas risadas por minha tolice...
A vida tem seus nuances mais diversos, é um grande caleidoscópio com todas as cores. Transformação é a palavra de ordem, nada permanece no mesmo lugar.
Cansado? Talvez. Quase todos os planos nascem mortos. O cansaço é inevitável sobretudo na hora do descanso...
Geralmente esqueço o verdadeiro valor de tudo, isso é que chamamos de verdadeira inversão. Vivemos num mundo em que nos confundimos, acertamos alvos inexistentes.
Desesperado? Talvez. Ser humano é ser bom e mau. O desespero pode nos ajudar ou não em sua relatividade...
As palavras mais importantes são as que não foram proferidas, o silêncio quase sempre grita mais alto. Nada posso falar a não ser aquilo que se encontra dentro de mim.
Esperançoso? Talvez. Alguns sonhos nos consomem aos poucos. A esperança nunca nos abandona, mesmo quando a maldizemos...
Onde estão todas as coisas? No mesmo lugar, no mesmo momento, na mesma pulsação e em completa harmonia. Quem é o inferno? Meu inferno sou eu...
(Extraído do livro "Insano" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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