sábado, 13 de junho de 2020

Uma

Territorialidades de alunos migrantes na escola - Revista ...
Uma direção, todas elas. Não há caminhos para escolher, todos são caminhos. Chorar e rir depende apenas de distâncias, mais nada. Morte e vida podem ser perdas ou não. Nada está ou vai parado, até velhos silêncios gritam vez em quando.
Um impulso, nenhum deles. Correr sempre irá dar em algum lugar. O espaço observa atentamente o nosso vão esforço. A eternidade pode nos entendiar, mas é o que temos. Não enchem copos ou pratos, mas isso acaba pouco importando. Todas as canções são apenas a primeira nota, o resto é um simples acompanhamento. 
Eu quis subir, acabei descendo e nas profundidades de cada abismo ainda encontrei certas estrelas. Se há alguma perfeição, ela consegue se esconder bem. Todo desejo extinto é apenas decepção, a imaginação é bem melhor que todos os gostos.
Toda proximidade oferece um perigo, assim desse jeito. Toda sucessividade acaba sendo amarga. Tal como todo o todo acaba virando um resto. A solidão acaba vindo sempre acompanhada. Vamos nos esforçar para ter esforço algum.
Apenas um barco no mar, uma canoa, não sei bem o que é. Um ponto pequeno em uma imensidão que acaba sendo eu. Alguns riscos para compor algumas marinhas. Pensamentos dispensam pernas, preferem asas.
Gostaria de gostar mais um pouco, ser um pouco mais palhaço do que já sou, mas as cortinas estão baixadas e só os mosquitos cantam agora. No meio da noite os cães trabalham um pouco mais recitando exclusividades para os passantes.
Eu tenho uma grande ideia: de repente comecemos à dançar sem propósito algum, para chamarmos a atenção de loucos e de sonhadores. Até a exaustão, até não podermos mais e cairmos no chão coberto de poeira destas maltratadas ruas.
É noite, estou atento, preparando minhas maldições para cada dia seguinte. Deixei de ser o mal, mas ainda não cheguei lá. Apenas o meio já é alguma coisa. Ainda choro e bastante. Surpresas não devem ser estragadas.
O nada é significadamente algo em si mesmo. Eu me sento para as paredes caírem, os tetos irão juntos, os chãos se cobrem de escombros tal qual uma mortalha. Não farei perguntas debochadas acerca disso. O apenas é um espinho que entra profundamente e nada mais.
Muitas cartas e poucas mangas, assim é. As filas às vezes se invertem para desespero dos espertos. Até a fumaça pode cair, nunca se sabe. O mirabolante pode atender banais chamados se assim o quiser. Tudo não existe até a hora em que fez sombra.
Não tenho nada para lhe dar, nunca tive, terceiras ou quartas intenções podem vir nos visitar. Mirar é quase sempre garantia de errar o alvo. Não é qualquer cem anos que conseguirá me envelhecer. Eu só consigo ser o aquilo que nunca fui. 
Uma direção, todas elas...

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Alguns Poemetos Sem Nome N° 322

O amanhã é o hoje com requintes de ontem. Todo amor acaba sentindo raiva de si mesmo. Os pássaros acabam invejando as serpentes que queriam ...