Abram a porta da gaiola
deixem fugir todos eles
o coveiro já removeu
a primeira pá de terra...
Eu conto esses meus passos
como qualquer endemoniado...
Alguns sons insólitos
defloram os meus ouvidos
a madrugada também
tem várias e várias luzes...
Nem todos os gostos
tem passe livre em minha boca...
Alguns esquecimentos podem
ser bons para quem chora
pobre de quem perde a humanidade
de seus maiores e acertados erros...
Nenhuma lâmina conseguiu
ser rápida que como meu desprezo...
O juiz que assopre o apito
a partida já vai começar
entre perdedores e ganhadores
só lentes potentes podem opinar...
Todos aqueles que riram
também eram motivos de risadas...
Eu acabo ficando tonto
principalmente sem beber
aqueles que um dia mataram
beijam também a morte...
Algumas claras evidências
cegam-nos por certa praxe...
Nem sempre o ar nos pulmões
nos livra da certeira asfixia
o silêncio geralmente berra
mais alto que alto-falantes...
Fui depressa onde estava
mas eu não estava mais lá...
Preconceitos são atalhos
para abismos mais perto
é uma inquietação indecisa
que pode ser a mais feliz...
Todas as nuvens nos bastam
procurar é apenas um ensejo...
Abram a porta da gaiola
alguns saem e outros não
certas atitudes tão frias
acabam gelando meu drinque...
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