Depois de passado algum tempo - o cheiro. O velho veneno que empesteia nossos narizes.
(Desculpe, mas não posso enfeitar esse triste pavão...)...
Assim todas as coisas o são - mudou o gosto. A graça da novidade acabou de ir embora.
(Desculpe, mas o relógio é a arma mais perigosa...)...
A estética é o mais falhos dos argumentos - tudo desmorona. A moda mais teimosa é a mais ridícula.
(Desculpe, mas rugas e cicatrizes são semelhantes...)...
Toda mentira depois de falada - cai no chão. O errado e o erro espatifam-se lá de cima.
(Desculpe, mas dependendo das regras as feras fogem...)...
A escuridão depende dos olhos - é bem sempre assim. Todo medo no fundo acaba rindo de si mesmo.
(Desculpe, mas as tempestades quase sempre se avisam...)...
Ninguém teve o azar de morrer um dia antes - nada na véspera. A sorte e os raios não fizeram acordo algum.
(Desculpe, mas quase toda perfeição tem sua nova falha...)...
Eu tanto olhei suas lindas curvas - acabei enjoando. Trocamos o nome de tudo e acaba dando certo.
(Desculpe, mas algum perfume me deixa enjoado...)...
Nenhum ladrão engole seu roubo - acaba vomitando. Todo dia seguinte é apenas mais um funeral.
(Desculpe, mas quero cinzas para cobrir minha cabeça...)...
Esqueci em qual página estava o segredo - não me lembro mais. Quanto mais rezo as assombrações fazem um coro.
(Desculpe, mas conceitos apenas são apenas conceitos...)...
Minha distração é o meio mais eficaz - vou esquecendo de tudo. Vou bebendo do meu sangue até não saciar.
(Desculpe, mas mais há mais lixo que se possa imaginar...)...
(Extraído do livro "Insano" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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