terça-feira, 23 de junho de 2020

The Clowns

O Casamento do Grande Mágico Maycon Estallone" entra em cartaz ...
Estonteantes vírgulas torturantes que aumentam nossa dor, nada acabou, nada acaba, o paciente agoniza sem alguma eutanásia (certa ou errada) que lhe dará algum repouso.
Circo sem espetáculo.
Parede sem reboco ou pintura.
A fera perdeu seu faro.
Imprensados por invisíveis paredes como zumbis sem memória, uma marca de nascença nos amaldiçoando mesmo quando tenta o oposto, cada vez mais a dor vem nos acariciar.
Festa sem alegria.
Amor sem carinho ou ternura.
O labirinto se perdeu.
Escondidas cores em vãs tentativas porque somos os mesmos ontem, hoje, sempre, cada sinal da minha pele é uma história à parte de quantos passos dei em vão e isso me basta.
Carnaval sem fevereiro.
Tiro sem alvo ou munição.
A inocência debochou de mim.
Ofegante gás carbônico que expulso de meus viciados pulmões, alegria dos meus carrascos, meus delírios como todo cidadão miserável que tenta viver o pesadelo do politicamente correto.
Brincadeira sem vontade.
Puro engano ou apenas nada.
O sonho caiu no chão.
O espelho tomou um susto.
Vacilantes passos de embriagado por diversas sarjetas, buscando rumos inexistentes indo em direção à uma velha muralha, bateremos com força nossos rostos e o sangue esguichará bem longe.
Febre sem término.
Razão estonteada ou sem motivo.
As mãos sangram sempre.
Inveteradas tentativas de alguma satisfação que acabará em aproximadamente um segundo (geralmente damos sorte), oportunidade fadada à condenação sumária sem julgamento e nem júri.
Fome sem saciedade.
Solidão acompanhada ou aos pares.
Os pares dançam grotescamente.
Mortíferas doses de cicuta solenemente brindadas com magnatas decadentes com suas dentaduras de plástico e perucas acrílicas, como caricaturas mal-feitas por um esquizofrênico cheio do mais recheado non sense.
Desastre sem hesitação.
Comoção nacional ou apatia comum.
O salto quebrou no desfile.
Reticências maliciosas com traços de pureza que enganam os caçadores que acabam se tornando a caça, nada mais importa se a cortina não sobe num espetáculo mais ou menos grotesco onde alucinações dançam em frente aos nossos rostos.
Punhal sem ponta.
Indefinição de sofrimento ou apenas ofício,
Somos todos palhaços... 

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