Eu vivo drogado de mim mesmo
Querendo sair desta onda
Arrependido de ter sonhado tanto
E no final não deu em nada
Chorando mais que um adolescente
Que nem reparou no amor que passou...
Eu vivo com uma fome de alguns dias
Como um mendigo que estende a mão
Na confusão das ruas de minha cidade
Mesmo sabendo que todos são apáticos
E a tristeza dos que imploram sempre
Jamais será ouvida, viram os rostos...
Eu passo mal feito qualquer pobre
Esperando por algum socorro
E já enxergando a morte que vem
Não há maior mal que a desilusão
Os cadáveres dos sonhos cheiram mal
E acabam afastando os urubus...
Eu fiz tudo que podia feito um louco
Rasguei todos os tratados por amor
A minha rudeza brigou com a ternura
E ambas saíram feridas mas rindo
No meio do enterro eu desatinei
Me lembrando de uma velha piada...
Eu sinto uma febre feito malária
E treme as colunas do meu templo
Os pesadelos dormem em minha cama
E de noite enxergo a escuridão
Dos corredores de minha solidão
E acabo indo de encontro ao nada...
Eu vivo drogado de mim mesmo
Sempre...
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