Invisível ser humano
assim quase o foi
É o que a nossa cara-de-pau
oferece sob desculpas
A nossa assepsia
é bem pior que o lixo
A nossa falsa moral
ofende mais que o cabaré
Todas as moedas
não preenchem um caixão
Há erros e erros
perdoáveis ou não...
Ferida aberta
as moscas pousando
E o sol queima a cara
do mendigo sem teto
Até os menos ruins
tem vergonha da natureza
O que nós somos?
o que não deveríamos ser
Um pedido mudo
até um tiro é desperdício...
Virem a cara
o cheiro persegue narizes
São simples sonhos
quem dera o comum
Correntes invisíveis
mais curioso panorama
Nem o diabo
inventaria a comodidade
Não há teatro
mas somos todos atores
Eu sinto comichões
pelo velho corpo...
Tudo apagado
não há mais lâmpadas
O remédio fez mais mal
que a própria doença
Poeira ou pó
escolha loga o que quer
Meras desculpas
dignas de xingar a mãe
Cale essa boca
não há resumo da ópera...
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