Eu já não tenho mais objetivos
E os meus instintos mais primitivos
Me fazem correr para a escuridão
Uma escuridão que do peito brota
Uma tristeza que ninguém nota
Estou mais silencioso que um cão
Foi o aço, o aço do tempo me cortou
E, afinal, ninguém se importou...
E a alegria que era coisa tão rara
Há muito foi embora da minha cara
Mesmo se arriscando na contramão
Me machucando o sangue escorrendo
E um tanto de medo vai crescendo
Meus olhos abertos pela escuridão
Foi o aço, o aço do tempo me cortou
E, afinal, ninguém nem notou...
E eu corri e acabei caindo na vida
Como se o perigo fosse coisa divertida
Mas a vida nunca teve compaixão
A vida que é pouco mais que uma vela
Que a toda nossa esperança cancela
Por uma pura e simples judiação
Foi o aço, o aço do tempo me cortou
E, afinal, ninguém se importou...
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