Vejo em quebrados dedos
um choro bem diferente
Os choros são escutados
mas esse não
Choros de calçadas
de mão estendidas
De cobertores velhos
de cama de papelão
Marquises disputadas
grotesca celebração
Vejo em unhas sujas
dedos calejados
Por simplesmente viver
ou viver não
Roupas sujas
carnes maltrapilhas
Tudo dá na mesma
velha nova invenção
Morte e suas facetas
desumana população
Vejo em infâncias mortas
um riso sem motivo
Tudo é um perigo novo
tudo é um não
Roda louca
a cola no nariz
Se passa a vida
vem a alucinação
É tudo que temos
nessa destruição...
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