Você
tem medo de pegar o avião
De
visitar uma outra terra
De
chegar no meio da guerra
De
ter mais uma decepção
Você
tem medo de não ter um amigo
De
não gostar do novo barato
Do
sentido estrito e do sentido lato
De
dormir na rua sem um abrigo
Você
tem medo de sair do esquema
De
não gostar daquela mina
De
um assalto bem ali na esquina
De
não entender um novo poema
Você
tem medo de falar uma besteira
De
ficar muito louco de bebida
De
não gostar nem um pouco da comida
Do
feriado que acabou na segunda-feira
Você
tem medo que roubem seu dinheiro
Medo
demais que furtem seu celular
Medo
de rir demais até chorar
E
ter de vomitar e dormir no banheiro
Você
tem medo do seu próprio medo
Um
grande medo da própria idade
Pois
temos medo até da felicidade
Mas
faz parte de nosso enredo...
(Para o jovem e amigo poeta Jullyano Lourenço, o Poetinha).
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