domingo, 17 de junho de 2018

Eu Faço O Que Quero


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Eu faço o que quero. Rio com os olhos nas situações mais tristes possíveis que se possa ter. Nos dias de temporal e nas terríveis noites de calor ou frio que andam por aí.
Eu faço o que quero. Transbordo de uma ternura quase que insuperável destas que só bichos e plantas possuem. Ou ainda bichos de pelúcia na mão dos doentinhos.
Eu faço o que eu quero. Espreito atrás de portas por fúteis segredos de alguns segundos. Em outros dias tento roubar beijos.
Eu faço o que eu quero. Componho figuras fantásticas com mãos sempre trêmulas. Pinto tentando dar cores mais alegres aos choros de cada cotidiano.
Eu faço o que eu quero. Espero sempre pelo pior de todas as coisas. Se o melhor vier será grata surpresa.
Eu faço o que eu quero. Poetizo todas as coisas em seus mínimos detalhes. Como formiguinhas em fileiras meus versos vão chegando.
Eu faço o que eu quero. Aproveito ao máximo de minha inspiração. Ela chega como uma garota de programa que dispensa qualquer forma de pagamento.
Eu faço o que eu quero. Junto meus soldadinhos em fileiras para batalhas ocorridas nos céus. E os faço cair por terra como ambições mesquinhas.
Eu faço o que eu quero. Mudo os nomes de terras e de coisas com puro prazer. Para isso inventaram o nome de invenção.
Eu faço o que eu quero. Grito nomes feios na praça dos homens. Expondo razões sobre nenhuma razão perfeitamente razoáveis.
Eu faço o que eu quero. Há ainda muito o que falar em dias sobre os dias. Mas paro por aqui...

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