Eu
faço o que quero. Rio com os olhos nas situações mais tristes possíveis que se
possa ter. Nos dias de temporal e nas terríveis noites de calor ou frio que
andam por aí.
Eu
faço o que quero. Transbordo de uma ternura quase que insuperável destas que só
bichos e plantas possuem. Ou ainda bichos de pelúcia na mão dos doentinhos.
Eu
faço o que eu quero. Espreito atrás de portas por fúteis segredos de alguns
segundos. Em outros dias tento roubar beijos.
Eu
faço o que eu quero. Componho figuras fantásticas com mãos sempre trêmulas.
Pinto tentando dar cores mais alegres aos choros de cada cotidiano.
Eu
faço o que eu quero. Espero sempre pelo pior de todas as coisas. Se o melhor
vier será grata surpresa.
Eu
faço o que eu quero. Poetizo todas as coisas em seus mínimos detalhes. Como
formiguinhas em fileiras meus versos vão chegando.
Eu
faço o que eu quero. Aproveito ao máximo de minha inspiração. Ela chega como
uma garota de programa que dispensa qualquer forma de pagamento.
Eu
faço o que eu quero. Junto meus soldadinhos em fileiras para batalhas ocorridas
nos céus. E os faço cair por terra como ambições mesquinhas.
Eu
faço o que eu quero. Mudo os nomes de terras e de coisas com puro prazer. Para
isso inventaram o nome de invenção.
Eu
faço o que eu quero. Grito nomes feios na praça dos homens. Expondo razões
sobre nenhuma razão perfeitamente razoáveis.
Eu
faço o que eu quero. Há ainda muito o que falar em dias sobre os dias. Mas paro por
aqui...
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