Todos os aspectos básicos são incomuns
Até que alguém venha e desate os nós...
Encarecidamente eu peço pra toda gente
Que não leve à mal todos os meus males...
Eu sento o meu traseiro em frente à tela
Desde o tempo que o tempo era tempo...
E as minhas orações são pelas curtidas
De alguém que eu nem sei qual é o cheiro...
As estradas agora mais tímidas que o costume
E ainda assim apresentam relativo perigo...
Sou o eremita mais sociável deste planeta
Desde que escolha o vocabulário mais correto...
É porque sempre acabo me esquecendo
Desde que isso faça parte das minhas lembranças...
Estamos num grande açougue bem cuidado
Onde as curvas são as retas pro abismo...
Nunca tivemos tantas velas acesas
Mesmo quando a luz elétrica chegou no pedaço...
Olho com os olhos arregalados as notícias
Que falam sobre as descobertas mais inverossímeis...
É bom ser um cidadão mais respeitado
Pelos feitos heroicos que nunca fez afinal...
Nos cansamos por muito pouco sem causa alguma
Mas a moda defendemos com unhas e poucos dentes...
Normalidade é uma coisa que perdeu as botas
E as consultas com os analistas são por telepatia...
Uma cédula traz mais explicação filosófica
Do que todos os velhos sábios reunidos...
Queríamos ser os novos Quixotes desta aldeia
Mas Sancho Pança anda ocupado com o jogo do bicho...
Nossas espadas agora estão enferrujadas
E nem o raio laser resolve esse frágil dilema...
Queria ser um novo e bacana Raul Seixas
Mas a simplicidade é complicada demais...
E mesmo que eu ande de costas mil quilômetros
Vai ter sempre alguém que possa nos superar...
E a covardia é um limite quase explícito
De todos os insetos que temos pra comer...
(Da obra "O Livro do Insólito e do Absurdo" de autoria de C.A.)
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