Acabou de acabar...
Aquela mansão bonita bem de frente pro mar...
Eram muitos que dormiam na rua
Enquanto você não se importava
E nem ali você estava
Ficava vivendo na sua...
Acabou de acabar...
A mesa do banquete que você mandou enfeitar...
Os pratos finos, os mais vinhos mais nobres,
Tudo que podia pagar o seu dinheiro,
No outro dia era levado pelo lixeiro
E virava um regalo para os mais pobres...
Acabou de acabar...
O perfume barato, peruca, brinco e colar...
Você vivia na frente do espelho,
Ficava só se admirando,
Mas quando o tempo vai passando
Nem todo sangue é vermelho...
Acabou de acabar...
A sua rude arrogância que tinham de acatar...
Todos aqueles que você um dia oprimiu,
Que você um dia tirou o sono,
Hoje está num triste abandono
O seu castelo de cartas caiu...
Acabou de acabar...
Todas as mentiras que você pôde inventar...
Todas as batalhas que você planejou,
Aquelas crianças que você tirou os pais,
A alegria que você tirou dos carnavais,
Todas as bruxas que você queimou...
Acabou de acabar...
Agora não adianta nem você rezar...
Agora que já se apagou o seu dia,
Que veio finalmente o seu fim,
Responda sinceramente para mim:
Sua lápide, por acaso é mais macia?
Acabou de acabar...
Você não pode ao menos respirar...
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