domingo, 10 de junho de 2018

O Cachorro Que Gostava de Tango, O Gato Que Gostava de Samba




Versos para serem consumidos em pratos descartáveis
Exércitos de exegetas sabiamente voluntariados
E eu daqui de cima falando em brancas e azuis nuvens
Os apelos dos magnatas das indústrias de pesticidas legais
A anca de Yanca está tão branca...
Excelsos anjos me tirem logo desta grande furada
Os andrajosos arlequins assaltaram um trailer anteontem
Mas havia desculpa de ter acabado o carnaval
Os ursinhos de pelúcia ainda continuam em greve
E as casamatas se transformaram em modestas pensões
Penso gravemente em gravar e isso é por demais grave
Porque agudos violões se intrometem nesta jogada
São tantos nomes por aí que eu nem sei mais
Quando os resquícios das batalhas arderão em chamas
Acabei de ganhar meu diploma de correto nom sense
E as Alines correram em direção ao meu pobre ser
São tantas as palavras que até algumas desconheço
E os mais famosos também acabam tropeçando
Não há mais diferença entre o drope e o licor de anis
Quem chegar por último estará na liderança
Honestidade agora é a maior medida de fraqueza
Vamos comemorar o nosso aniversário sobre trilhos
Mandingas e rezas fazem parte de programas universitários
E as teorias acerca do passado ganharam modernidade
O perigo corre perigo porque tudo está perigoso
E os palhaços se recusam a flertar com os leões
Não acertei sequer algum número deste sorteio
Mas ainda assim a sina toca o sino de antiga catedral
A esperança aposta mais uma corrida com a loucura
Enquanto a ginástica fica por conta do mármore
Foi duro demais escovar todos esses dentes
Enquanto tentava decifrar os novos hieróglifos
É tudo assombro e por isso mesmo é assanho
No meu aniversário algum trem passou por cima
Agosto tem alguns lances tipo um fevereiro
Quase macacos colocamos as mãos em quase cumbucas
Três réis é o que precisamos para comprar as balas
Noves fora já terminou com toda aquela lista
Eu caprichei para que a roupa fosse a mais feia
Há nomes que eu não xingo pois nem sei falar
Não há muito limo subindo pelas paredes
Os meus velhos chinelos continuam no lugar
Para o jovem bastardo não bastam belas canções

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