A máquina era constante
em seu tedioso movimento
rápido rápido rápido
sem sangue algum
precisamente impreciso
cego sem errar os tiros
claro ou escuro
escrava do tanto faz
indiferente à vida ou morte
sem escolher palavras
ou sonhar em versos
nunca foi ou nunca será
tal criatura esta
(se assim podemos chamar)
rápido rápido rápido
mesmo quando a rapidez
é também a lentidão
sem fome com fome
sem sede com sede
presença constante
desde os primeiros dedos
lembrada e esquecida
dicotomia de um louco
eis a ir o ser humano -
pior do que todas as máquinas
que já existiram um dia...
(Extraído do livro "Eu Não Disse Que Era Poeira?" de autoria de Carlinhos de Almeida).
Nenhum comentário:
Postar um comentário