quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

Varinha de Condão

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A moça de seios exageradamente grandes
Lançava seu olhar lânguido para mim
Enquanto eu fumava distraidamente 
Com meu pensamento em terras distantes
De nada mais sei e é a minha única certeza
Pois esta paisagem já não me serve mais...
Tenho saudades de antigas novidades
E muitas até que acabei não vendo...
Não se desespere, menina, não se desespere
Os fins acontecem da forma mais inédita possível
Eu ainda tenho algumas reticências que sobraram
E algumas exclamações novinhas em meu bolso
Posso dividi-las com você se assim o que quiser
Em troca desses beijos fúteis que qualquer um tem...
Confesso que fiquei meio desgovernado
Que aquele último gole de cerveja não caiu bem
É que eu já ri muito e minha munição acabou
Eu não queria ficar até o final da festa
Despedidas não foram feitas para mim...
Tenho pensado em tantas coisas que não devia
E uma delas é não mais tentar sobreviver
Estou cansado e isso pode ser muito chato
Os meus cabelos cresceram e a mágoa também...
Espere um pouco e não me provoque agora
As únicas esperanças não brotaram ainda
E ser alguém que não sou pode ser até desastroso
Sou apenas mais um poeta desses que esperam
Com a paciência dos que nada mais temem
E meu deboche a navalha que eu escondi
Se conforme garota não sou príncipe nem sapo
Talvez eu seja o vento e por isso você viu a poeira
Mas na verdade você nunca me viu
O meu amanhã acabou acho que foi ontem 
E com alguma sorte o sono chega agora
E eu lhe deixe por aí sozinha do meu lado
Pensando como seria ser bom ser fada
Com uma varinha de condão como a que eu quis...

(Extraído do livro "Insano" de autoria de Carlinhos de Almeida).

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