Eu,
Escravo do sistema
Em rimas absurdas
Cego minh'alma
Faço vistas surdas
À qualquer sofrimento
Que seja alheio
Torno o feio em belo
E o belo em feio...
Eu,
Palhaço desse circo
Que não tem graça
Insisto em viver
Somente por pirraça
E se não consigo
Quase consegui
Se ali há tristeza
Eu estou ali...
Eu,
Escória desse mundo
Tudo é proibido
Só me arrependo
De ter vivido
Fechem os olhos
Sonhem mais
Lá vem o engano
De outros carnavais...
Eu,
Plano dado errado
Novo Frankenstein
Geralmente o mal
Esse o faço bem
Desconheço a ternura
Mato a compaixão
Sou o problema
Dou a solução...
Eu,
Escravo do sistema
Em rimas vulgares
Cego minh'alma
Mato todos ares
À qualquer sofrimento
Que seja alheio
Torno o feio em belo
E o belo em feio...
(Extraído do livro "Eu Não Disse Que Era Poeira? de autoria de Carlinhos de Almeida).
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