Há poemas para todos os cantos,
Poemas para todos os lugares,
Por que não cantar o que não existe,
Mas insiste este meu cantar?
Estrelas claudicam em céus duvidosos,
Acabaram-se todas as novidades reais,
Eu fecho o livro, sim, eu fecho!
Madeixas coloridas estão na moda...
Enquanto persistir o vento,
Contarei histórias engraçadas.
Lavro a terra com mãos delicadas
E faço das pedras exímios oradores.
Nunca mais terei motivo algum
De ir caçar alguns outros sonhos.
Honestamente já escolhi as presas
E só não sei onde elas estão.
Vou passear pelo mercado distraído
Para ver se as ideias me acham...
Minha solidão é sui generis,
Preferem ser em meio à multidão.
Estando certas ou estando erradas,
As minhas tentativas de voo valeram.
Azul foi quase meu nome um dia
Como só os poetas e os vagabundos,
Mas foi indecifrável meu enigma
E irá prosseguir por toda eternidade.
Não é necessário pedir desculpas
Porque bofetadas podem ser normais.
Hoje e sempre os canhões dispararam
E nem me importei com a fumaça.
Eu acabei escolhendo o impossível,
Como devem escolher os canalhas...
Palmas, senhoras e senhores!
O espetáculo acaba de ser cancelado!
Mesmo jogando água nas fogueiras
O fogo mesmo assim não apagará.
Sozinho como estou nada espero,
Talvez um til ou um Gil à mais
Porque as surpresas fazem parte
Mesmo das vidas sem calendários.
Foi uma belle époque que não passou,
Passou, passou e eu não quero mais...
(Extraído do livro "Insano" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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