sexta-feira, 8 de fevereiro de 2019

Barcos ou Não

Resultado de imagem para praia de dona luiza sepetiba
Agora tanto faz partir ou ficar, os barcos descansem no cais ou sigam adiante, velas recolhidas ou desfraldadas, tanto faz. Um vento mais ou menos suave convida-me como faca que corta ou fere. Eu sou aquele que se perdeu nos labirintos de si mesmo e se enlutou com as festas mais grandiosas. Que as fogueiras ardam em seu desvario como uma tela de TV com defeito ou um pesadelo provocado por uma dose à mais. Eu esqueço de quase tudo, inclusive dos países que desejei e não fui. Desculpem-se se complico coisas, a minha humanidade me obriga a tal. As simples são deveras perigosas porque nos cativam, mas nos amedrontam. Ruas escuras agora são linhas retas, a solidão não me é mais hostil, se foi um dia, já me esqueci. O que o coração não vê, tortura menos. Não quero nem tentar desvendar clássicos enigmas, que as dúvidas permaneçam onde sempre estiveram, não quero mais a chave. Que dia foi ontem mesmo? Eu só perguntei por perguntar. Minha curiosidade foi procurar outras presas e deixou-me um tanto quanto aliviado. Cada qual sabe onde não dói seu calo, o corcunda sabe como se levanta. Os passarinhos procuram chafarizes em dias de verão e isso pode até ser quase bom. Não me convidem para nenhuma festa, nenhum evento, nenhum encontro, já perdi a perspectiva de que algo bom pode acontecer. Não quero debater nada, cada um que fique com suas mentiras e trate-as com o carinho merecido. Isso é apenas uma simples questão de ótica, nem mais e nem menos. Todo inédito perdeu seu susto, toda surpresa esqueceu o que deveria fazer. Não temos mais ninguém, nem a nós mesmos. Foi o que eu fiz dia desses. Deixe-me falando sozinho e fui direto para casa, queria dormir, entretanto a cafeína cumpriu seu papel. Acenda essa lâmpada por favor, faça a mágica do comum que tanto nos agrada, Eu me perdi num conto de fadas sem fadas e quase que nem eu contei coisa alguma. A bola rola como nunca antes. Agora faço fotografias com minhas palavras, nada mais interessante do que isto. Acostumei-me com dores mais sutis e minha imaginação contribuiu para tal coisa. Não quero mais saber sobre o sexo dos anjos e nem sobre a última moda de como ser estranho, isso eu sempre fui, mas nunca o notei. Aliás, declaro-me bobo o suficiente para adotar o primeiro sonho que bater em minha porta. Agora tanto faz partir ou ficar, os barcos descansem no cais ou sigam adiante, velhas recolhidas ou desfraldadas, tanto faz...  

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Alguns Poemetos Sem Nome N° 322

O amanhã é o hoje com requintes de ontem. Todo amor acaba sentindo raiva de si mesmo. Os pássaros acabam invejando as serpentes que queriam ...