Eu me sento comodamente no sofá da sala
vendo um mundo que desmorona continuamente
e nem me importo, meus horários estão cumpridos
e nada mais tenho à declarar...
Tomo um café como quem resolve enigmas
e todo o tempo passa adiante de mim lentamente
como flechas que cobriam o céu em antigas batalhas
e nada mais tenho à declarar...
Acendo um cigarro com supremo interesse
de que o mal não me atingiu pelo menos dessa vez
e a dor alheia é como um ponto distante pelo infinito
e nada mais tenho à declarar...
Espero que o tempo atenda meus pedidos
e nada mais importa do que as coisas que eu quero
ser um grande egoísta acabou virando a última moda
e nada mais tenho à declarar...
Eu mesmo me perdoo pelos meus erros
que minhas preces se dirigem ao meu deus particular
as pedras que estão no meu caminho dou aos outros
e nada mais tenho à declarar...
O sono chega pesando esses meus olhos
cegos para qualquer outra coisa que não seja espelho
e eu dormirei sem sequer se haverá um outro amanhã
e nada mais tenho à declarar...
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