terça-feira, 30 de junho de 2020

De Leve Número 3 ou Qualquer Uma

Chapéu Menino De Vaca De Palha De Papel Para Adultos E Crianças ...
Estados possíveis de imaginação. Eu fiz o desenho no chão de areia e nem me lembro mais. Somos muitos e quase nenhum. No meio do sono o arrepio. Uma linda palavra para não se dizer. Os remédios estão em alta. Principalmente os que matam. A melhor forma de dizer algo é não dizendo nada. Superlativos à parte. Gostamos de brincar com tarântulas mesmo sem saber o que é isso. Apenas nuances são trocados. As borboletas proferem solenes discursos. Compreender é fácil. Que os diga as pedras e as cercas de arame farpado. De todas as dúvidas eu tenho todas. O acaso é a obra de arte mais difícil de ser concebida. A minha meta é não ter mais meta nenhuma. E alguns pacotes de bala de goma de sobreaviso. Preferimos comédias tristes. Arvoredos bem abafantes também são válidos. Me deem alguns acordes novos. E biscoitos de polvilho para o jantar. Esqueço até da última frase que proferi. Só o que é fácil tem o dom de ser difícil. Encantamentos e tabus caem como uma luva. O tema livre acabou acorrentado em seus pormenores por maiores que sejam os apelos. Um muro só é alto até o próximo. Meu cansaço já descansou bastante. Me sinto como quem pulou de para-quedas e errou o alvo. A meta ficou pela metade. E as ambiguidades escondem o nariz esquecendo suas nádegas de fora. Isso é aquilo ou aquilo é isso. Flores mortas são flores mortas. Só observamos aquilo que não queremos. É patético e por isso mais verdadeiro. Eu nunca durmo quando estou dormindo. E acabo acordando o galo que se atrasou. Somos livres para escolhermos nosso tipo de prisão. Conheço bem pouco de tudo e esse bem pouco já me incomoda demais. Toda ilusão é verdadeira até que não seja. Os verdadeiros mestres são os que aprendem. E o folião tem sempre razão. No verdadeiro teatro os atores estão na plateia e as palmas são sua representação. Chegar em segundo lugar é quase chegar por último. Nenhum verbo pode ser conjugado ao extremo. Quem cumpriu todas as suas tarefas acabou falhando. A diferença entre a arte e a vida é que a arte é mais real. Gepeto não existiria sem Pinóquio. Toda escolha poderia ser a outra. Entre um lobo e o outro a diferença é o couro. Geralmente os fortes é que são covardes. Os séculos são sensatos. E cada vez mais cada vez sim ou não. Não sou afeito às comparações porque são inconcludentes. Encontrei a felicidade de não esperar mais nada. Minha santidade correu quando o meu demônio chegou pedindo explicações. Calar-se é como afiar uma lâmina para decapitar um sonho mau. Eu cá tenho os meus planos e muitos deles são maiores do que eu mesmo. Falta apenas tudo para começar o fogo que iluminará a grande noite. Se perguntarem em que rua estou podem responder: qualquer uma...

(Extraído do livro "Insano" de autoria de Carlinhos de Almeida).

Poemeto Sem Noção

menino sorrindo p&b | Me Apaixonei
Quero a simplicidade de dias de água
sejam quentes ou sejam frios
onde reflitam todos os meus sonhos
mansamente ou não...

Quero o voo ligeiro dos passarinhos
em buscas de galhos amigos
onde possa cantar o que vier na alma
até não poder mais...

Quero as saudades bonitas caídas no chão
hei de pegá-las como o vento às folhas
para fazer um bailado mais ligeiro possível
para ir bem longe...

Quero ser apenas o que sou e sempre fui
mais um sonhador entre muitos
desses que conseguem ler todas as nuvens
sem precisar de noção alguma...

segunda-feira, 29 de junho de 2020

De Leve Número 2


Os ventos sopram aonde sopram. Todas as canções são parecidas, todos os corpos são iguais. Podemos duvidar de todas as afirmações, das perguntas não é bom se atrever. Ficar calado não é só uma tática, é um estilo também.
Quase sempre quase nunca as peças se encaixam com perfeição nos quebra-cabeças. As possibilidades costumam brincar conosco e suas brincadeiras verdadeiramente são um pouco cruéis. Um pequeno sopro é o necessário para todas as velas. 
Já vi textos impressionantes de pessoas medíocres, a mediocridade não tem lugar fixo, devemos ter muito cuidado com isso. Um bom artista pode ser um canalha e vice-versa, observemos com lentes mais poderosas.
Vi bondade em pessoas erradas com gestos certos. A puta que pagou um lanche ao moleque de rua construiu algo mais grandioso que uma das pirâmides milenárias. Pequenos gestos constroem constelações enquanto grandes gestos podem ser apenas desperdício de tempo e espaço.
Não façamos pouco caso da História, apenas observemos com a atenção devida. Moedas não possuem apenas dois lados, o terceiro é o mais importante deles. A razão da vida é ela em si mesma, a morte é só apenas mais palmas que o ator ganhou por sua boa apresentação.
Discordar nem sempre é não concordar. Quando dois inimigos acabam se tornando parecidos a guerra se torna uma futilidade mais rápida. Encerrada a questão. As maldades são grandes comédias e as bondades são pedras que se preservam para eternidade. Não existem maiores ou menores, existem os apáticos ou não. 
Falar de muitas questões é o mesmo que trocar de roupas várias vezes, todas elas possuem o mesmo destino. Toda estética é de vital importância, já a vaidade é uma simples careta num espelho que está quebrado ou sujo. O antigo é a maldição que o moderno recebe e não pode escapar.
A curiosidade é uma forma de inteligência como outra qualquer, nem todos são gatos. A natureza é a mãe da lógica, o pai fugiu de casa sem paradeiro conhecido. 
O preconceito é o cartão de apresentação de todo idiota, quanto maior aquele, maior é este. Toda exceção pode virar regra. Não temos tantas guerras no mundo? A diferença entre o opressor e o oprimido é a velocidade de todos os fatos. A terra tem apetite voraz e a morte é uma boa cozinheira.
Quando estou só, desfruto a melhor das companhias - eu. Quase nunca brigamos por questões de extrema importância, essas são as mais dispensáveis. Os nomes brotam como ervas daninhas que acabam agradando por seu esforço. 
O falso moralismo é a pior forma de devassidão oferecida no mercado, Toda obra de arte dotada de praticidade acabou perdendo seu objetivo. Toda brincadeira é algo sério e digno de atenção minuciosa. Nem sempre os nossos objetivos compensam nosso esforço.
As lembranças são dores que chegam nos torturando de leve...

(Extraído do livro "Insano" de autoria de Carlinhos de Almeida).

De Leve


Essa preocupação por nada acaba virando uma coleção de insônias. Discordo de todas opiniões exatas, principalmente das que acabam matando minha alegria. Nada do que vejo, realmente existe. Pedra é pedra, água é água, e o tempo é só aquilo que eu olhei de repente.
Essa minha ignorância me protege de certas tempestades. Não há livro algum que descreva o que levo em minha alma, nada consegue a exatidão de palavra alguma em idioma algum. Saudade é para os que vivem, número muito reduzido entre os meros mortais. 
De repente o freio falha, as letras se embaralham e uma ideia nova surge, algumas distorções ferem e outras não. Todos os nuances são infinitos e os extremos se tocam. A distância tem o tamanho de quem mede, nada mais pode ser feito à respeito. Para tudo há um jeito, uma solução, menos para a vida.
A vida é tão simples que sua complexidade nos atinge direto, assim como o campeão ganha um direto no queixo e vai à lona. Uma dicotomia cai bem e nem isso percebemos com nossa douta ignorância.
Nenhuma novidade pode ser tão nova que não seja velha, aprendam isso. O minuto seguinte é o grande destruidor de tudo, todo desejo só tem valor se não for saciado. A esperança é alguns vírus desconhecido pela ciência que mata mais do que a peste. Mas as engrenagens da máquina não funcionam sem o combustível adequado. 
Desculpem-me os sábios, não tenho academicismo algum e nem pretendo tê-lo. Nossas escolhas procedem de nossas naturezas e no meu corpo faltam muitas peças. Aos meus olhos agradeço tudo aquilo que vi e ainda o que não vim, isso me ajudou bem mais. À minha boca agradeço de igual forma, nela nasceram gritos que cuspi ou engoli dependendo da ocasião. Aos meus pés, meus respeitos, nunca me falaram coisa alguma, mas conheço terras e ares por sua ajuda. Às minhas mãos, agradeço a rudeza de alguns pobres versos que possibilitaram minha existência como ser errante.
Eu acho que o dia está meio frio, mas para o gelo ele deve estar bem quente. Eu preciso urgentemente de coisas que seriam como a água que o cachorro sacode depois de molhado para outros. E observando isso acabo misturando tristeza e não no mesmo copo e engolindo bem depressa como um suicida com sua última dose.
Toda imobilidade é aparente, os objetos bailam na minha frente sem que eu os note, os relógios gargalham suas maldições como atores de um filme de quinta categoria, folhas devem estar caindo e castelos também. Nesse exato momento algum milagre dispensável acaba de acontecer e uma mãe deu a luz a mais um enigma.
Quem sabe em que casinha o coelhinho está? Esta noite agora pertence à eternidade e suas brilhantes luzes também. O carra da história não pára, mas não me pergunte o que eu acho disso. A dúvida é a única que me consola quando consigo parar de andar um pouco.
Se me perguntasse o que quereria agora diria certamente que quero flores, delas mesmo e poder passear entre elas de leve...

(Extraído do livro "Insano" de autoria de Carlinhos de Almeida).

Poesia Minha

Papel Scrapbook Liso [branco] no Elo7 | Graciana Baretta (67A0C9)
Poesia minha de triplo sentido,
escorre,
morre
sem um gemido, 
de palavras que desenho...
De onde venho?
Poesia minha que eu faço,
me nega,
me cega,
mas vou pelo espaço,
de palavras que imploro...
Por que eu choro?
Poesia minha que sustenta,
escrevo,
se devo
ela me aguenta,
de palavras que enfeito...
Será o jeito?
Poesia minha de quadrantes,
ela grita,
me irrita,
aviso aos navegantes,
acabei de chegar...
Aqui é o meu lugar?
Poesia minha de tantas aventuras,
reversas,
perversas,
por entre ruas escuras,
que nem mais eu mesmo seu...
Que caminhos eu andei?
Poesia minha de triplo sentido,
vive,
sobrevive,
sem um gemido
de palavras que desenho...
De onde venho?...

domingo, 28 de junho de 2020

Todo Dia Um Dia Morre

Menino com mão no queixo foto de stock. Imagem de face - 51483612
Todo dia um dia morre, isso é um fato
O que é a vida? Brincadeira de gato e rato
E o que somos? Um cachorro sem mato...

Vivamos então intensamente
Mesmo de coração doente
Agora é o tempo existente...

Todo dia um sonho morre, isso é bem triste
O que podemos fazer? Não teme, insiste
Até a última gota o amor à tudo resiste...

Chorar é uma coisa normal
Todo dia pode ser um festival
Mesmo desabando o temporal...

Todo dia uma esperança morre, isso acontece
Nem tudo sempre é voo, alguma coisa desce
Cada grito do peito é como se fosse uma prece...

Brincar até que tudo desabe
A alegria é tola e tudo sabe
Dentro do peito tudo cabe...

Todo dia um dia morre, isso é um fato
O que é a vida? Pergunte ao gato e ao rato
E o que somos? Apenas mais um desacato...

Pintura Geral

Menino Rindo Fotos do acervo - FreeImages.com
Generais de pijamas como grandes canecas de café. Uia! Acertou na zebra com certeza, cercada pelos sete lados, arrebentou a banca, coitadinho de quem tem boca pequena e nenhum motivo para estar mais que feliz. Loteamento, sim, senhor. Todo mundo junto para cair mais depressa. Que nem dança de rodas, flores e espirros. Nem começa que está no fim. Emprego de vagabundo é solidão. Esqueci minha mochila no alto do morro e nem fui lá mais pegar. Quase zero não é zero. Sobra um pouquinho de café no fundo da garrafa para nós bebermos. Semeio o centeio bem no meio. E aguardo a aguardente para os meus dentes. Fumo bom e meia corrida. Nas nuvens as nuvens e mais algo que não sei bem o que é. O esporte do rico é comer. O do pobre sofrer. Estudos avançados demonstram isso. O primeiro páreo foi um luxo. Cavalos andando que nem gente e dançando a hula sem nenhum estigma. Não sou Ivo, mas vi a uva. Na parte da tarde já é muito tarde, mas sempre damos um jeito. Eu brinco muito, principalmente com brinquedos. Domingos em segundas possuem segundas intenções. Ratos e baratas agora fazem parte de coleções, tudo muito discreto e indefectível. No rastro do gato vai outro. Loteamento de estrelas e afins. Me encharquei num charco ontem, mas ainda era hoje quando anoiteceu de manhã. Na peça de teatro faltou uma peça, os atores tristonhos riram muito por tal fato. O perto só é perto quando é perto. E os enganos saem escondidos em bandos solitários para medir tristezas. A ignorância fez o sábio, já o mal-educado é uma outra pequena história. Os contos de Grimm não valem tanto assim. Há outros mais imaginativos e óbvios para se contar. O da bruxa e da perereca por exemplo, é um deles. Se a tomada for tomada, não dá choque. E eu não fico chocado com isso. Eu tenho a idade exata dos anos que vivi, nem um dia mais e nem um dia menos. Leite derramado dá bom caldo. Se a farinha é pouca não tem pirão, é só por cima. Dose dupla, por favor, com dois se não for demais. Azeite fervendo esfria tudo, menos gelo. Toda ilusão acaba iludida no final. Tudo que está em cima, em cima está. Talvez eu ache que estou achando e não seja isso. Isto é aquilo mesmo. Desnecessário dizer mais alguma sem mais algo para dizermos. Toda demora demora para demorar. Fazemos festas em dias de fechado luto. E os intelectuais possuem dificuldade para jogar bolas de gude, agora inventaram algumas de fumaça e outras e água mesmo. Rosas nem sempre são rosas. Mas o engano faz a língua e as meias nunca vêm pela metade. Nunca mais me enganarei com meus enganos. Os cavalos sabem como se deitam, mas os elefantes mais ainda quando dão pulos. Essas paredes precisam de uma pintura geral...

(Extraído do livro "Insano" de autoria de Carlinhos de Almeida).

sábado, 27 de junho de 2020

Eu Não Tenho Saudade

Menino Novo Tristonho Triste Imagem de Stock - Imagem de atrativo ...
Eu não tenho saudade...
apenas passeio num campo de batalha
onde os cadáveres de meus sonhos
são apenas soldados mortos
numa batalha sem vencedores ou vencidos...

Eu não tenho saudade...
quando muito essas velhas roupas
que cobrem o corpo de minha existência
como um velho mendigo calado
de mão estendida pedindo esmolas...

Eu não tenho saudade...
só um conjunto de mais feias cicatrizes
é o que agora me resta para mostrar
num final que nem acredito
mas que um dia virá ao meu encontro...

Eu não tenho saudade...
muitas lembranças me amedrontam
não porque são histórias ruins
mas sim porque foram boas demais
mas todas elas acabaram passando...

Eu não tenho saudade...
eu me lembro que já fui herói do dia
fui o centro de todas as atenções
e que trazia novidades nos bolsos
para mim mesmo e todos os viventes...

Eu não tenho saudade...
quem declarar tal coisa está mentindo
o meu corpo permanece assim estático
as lágrimas não correm em meu rosto
vou como mártir sem um gemido sequer...

Eu não tenho saudade...
Pois que eu sou apenas - a saudade...

(Extraído do livro "Muitos Dias Já Passaram" de autoria de Carlinhos de Almeida).

Caiu No Chão

Blog das Carolas: Copo Quebrado
Caiu no chão...
Quebrou!
É um coração
de quem amou...

Caiu na praça...
Olharam!
Pela desgraça
passaram...

Caiu na rede...
É festa!
Toda essa sede
é o que resta...

Caiu no fogo...
E queima!
Todo esse jogo
é teima...

Caiu na vida...
É sina!
Toda ferida
termina...

Caiu no mundo...
É caminho!
O que vai ao fundo
o espinho...

Caiu na farra...
O palhaço!
Não se agarra
o espaço...

Caiu na meta...
O pensamento!
Precisa a seta
do momento...

Caiu na água...
Está molhado!
Toda a mágoa
é passado...

Caiu no chão...
Quebrou!
Até a escuridão
me cercou...


(Extraído do livro "Palavras Modernas" de autoria de Carlinhos de Almeida).

Uns Olhos

As belezas de Santarém: Pérola do Tapajós | Candeias
Uns olhos olhando o sol...
olhando aquele pedação de fogo
rei incontestável dos dias
que passeia pelos jardins do mundo
pintando todas as flores possíveis
sem esquecer de nenhuma delas...

Uns olhos olhando as nuvens...
olhando seu bailado constante
em que o vento é o par mais certo
Aqui estão os sonhos, venham ver!
Sonhos que um dia saltarão
para dar nova vida ao chão...

Uns olhos olhando a terra...
olha todos os caminhos do mundo
festejando entre coisas e gentes
celebrando sempre a vida
( a grande vencedora da morte)
vamos acender todas as fogueiras...

Uns olhos olhando o mar...
olhando as sirenas cantar chamando
os navegantes para seus mistérios
mar insondável verde e azul
mar também de incontáveis estrelas
e de amores que ficam no cais...

Uns olhos olhando o rio...
olhando um rio infinito e sem descanso
com todas as histórias do mundo 
dono de todos os tempos que houverem
canções de guerra, bandeiras de paz
uma grande festa pra comemorar...

Uns olhos olhando o infinito...
olhos de uma menina feliz...

(Para a Poetisa Ana Pires Brandau por seu aniversário).

sexta-feira, 26 de junho de 2020

Tédio

Criança triste: como lidar? - Revista Crescer | Comportamento
Cai o prédio,
vem o tédio,
enlouquece a cabeça,
não esqueça,
os sonhos perseguem,
as tristezas conseguem,
por incrível que pareça

Cai o tédio,
sem remédio,
me deixa em aflição,
venha não,
fique lá pelo caminho,
estou tão sozinho
no meio da multidão

Cai remédio,
feito assédio,
feito um burguês,
são as preocupações,
são mil prestações
chegando todo mês

Cai o assédio,
vem o prédio,
enlouquece a cabeça,
não esqueça,
é tédio ou é só a vida
é a maior ferida
por incrível que pareça...

De Rosas

Menino com chapéu de palha em pé perto do fardo | Foto Premium
O meu chapéu de cavaleiro
enfeitei de rosas, muitas rosas,
como aquelas do jardim
em teus cabelos...
Eram dias que eu não conhecia nada,
mal sabia respirar e isso bastava,
era um tempo tão bonito,
quase todas as coisas bonitas morrem...
Morreu o jardim, 
morreram as rosas,
um vento mal levou tudo embora,
levou eu e levou você...
Tudo enfim muda...
Mas...
De repente, Deus tem pena de nós,
alguma estrela sobrou lá no céu,
que nos ilumine no meio da noite
e essa noite infinita passe depressa
e uma outra manhã venha
(pode ser como qualquer outra)
e eu consiga ver 
(nem que seja apenas miragem)
o mesmo jardim, as mesmas rosas
e que possa pegar mais algumas delas
pra pôr nos teus cabelos
e no meu velho chapéu 
que achei jogado ali num canto...

Pra Lá de Bom, Pra Lá de Mau

A imagem pode conter: atividades ao ar livre
Pra lá de bom, pra lá de mau, pra lá de mundo, pra lá de quintal...
Abaixo meus olhos, vejo o chão. Vejo quantas vezes da vida só ganhei não. Ficarei por aqui, mesmo sem razão. A noite é de gato, o dia é de cão. O meu amor é obsessão...
Pra lá de bom, pra lá de mau, saí sob o sol, caiu temporal...
Estou tão vazio, já fui um balão. Não fale mais nada, silêncio é razão. Pensei que era o bom, mas fui o bobão. Eu quis uma rosa, feri minha mão. O tempo vai logo, não é a questão...
Pra lá de bom, pra lá de mau, no meio do escuro, sou um bacurau...
Há muita fartura, maior é a fome. Se o tempo ensina, também nos consome. O destino maltrata, a culpa é do homem. Se a fera é feroz, não há quem a dome. Tem horas que eu quero trocar o meu nome...
Pra lá de bom, pra lá de mau, pior que o louco, só mesmo o normal...
Tenho conhecidos, não tenho amigos. Viver é que nem correr dos perigos. Já fui bom menino, só tive castigos. Tive muita alegria, nos tempos antigos. Se agora dói muito, eu já nem mais ligo...
Pra lá de bom, pra lá de mau, eu nunca fui bom, mas quis ser o tal...
Eu faço bagunça, nem sei o porquê. No meio da luta não irei me render. É cada pergunta, nem sei responder. De todos os males, queria você. Espere mais um pouco, espere pra ver...
Pra lá de bom, pra lá de mau, pior que o imoral, somente o amoral...
Quando ando tenho medo, uma sombra em cada rua. Em algumas noites me dá vontade de uivar pra lua. A verdade não precisa de enfeites, ela é nua e crua. Eu não quero mais vontade, ela é sua. É uma febre que me corrói e me atua...
Pra lá de bom, pra lá de mau, são as rimas que me levam, caiu temporal...

quarta-feira, 24 de junho de 2020

Idiotia

Crianças respondonas: por que meu filho me responde? - Sou Mamãe
Ando em bandos solitários sem propósito algum, erro letras, altero canções e sigo minha vida sem saber exatamente se estou vivo ou não. Sim, sim e sim, repito uma fórmula mágica tentando tornar em realidade aquilo que acredito sem poder. Das janelas dos meus olhos vejo o insólito correr do tempo que não tomou susto algum. Quanto mais triste, mais alvo de piadas e o deboche tem grosso calibre...
Fotografias com legendas enganosas é o nosso café da manhã, nosso almoço mais algumas, repete-se o prato no jantar, mas pelas madrugadas vomitamos as mentiras que não param em nossos estômagos vazios. Quem somos nós? Construtores de correntes para nos acorrentarmos? Carneiros tecendo meias de lã? Desenhos animados que perderam a graça, certamente...
Febril estou em vários graus abaixo de zero, compreendendo que a compreensão disfarçou e foi embora. Engulo em seco, desejando do fundo do meu coração a sensibilidade de uma simples pedra. Não choraria mais, não desesperaria mais e nem queria ganhar os milhões da mega sena acumulada...
Nada é tão diferente quanto o igual, aprendamos isso para nunca mais nos esquecermos. Apontemos certo o alvo para que ele saia pela culatra e nos fulmine uma vez por todas. Quão sinceros são os orgasmos da pornstar com sua inocência estudada. O nosso tema é um jazz tocado em preto-e-branco. O passaredo acabou de se espantar um algum alarido...
Os seios de Baphomet apontam como setas para os réus cabisbaixos em seus tronos de ouro maciço. A minha paciência esmurra a parede até arrancar o reboco. Vamos rasgar as cartilhas? Cada segundo faço uma nova promessa e tento me deitar na esteira, mas o veludo não deixa...
Se eu tivesse alguma razão escreveria isso em todos os muros do mundo para todos lerem, mas a corrida sempre acaba antes do final. Não tente entender o que eu digo, entender é apenas para os capricham em seus epitáfios e mancham a manga de suas camisas com a gordura da carne assada...
O caçador pescou um peixe enorme e o valentão da rua teve seus miolos espalhados pelo asfalto quente num dia tal qual. Formigas podem ter duplo significado e até um terceiro se fizermos algum esforço. No desfile militar caprichem no mambo. Eu cá fumo meus charutos por pura traição...
Dia desses esqueci a máscara e tive que voltar, coloquei a máscara sobre a outra máscara para demonstrar a tranquilidade que não tenho nem mereço. Nem todo o xis da equação quer mostrar seu traseiro. Geralmente quem tem olheiras tem olhos e quem tem dois nomes poderia ter mais um...
Por que coloco tantas reticências? Fiz essa pergunta ao ar e ele ficou parado que eu mesmo mesmo me respondesse. Muitos esquecem que ser louco é mais importante do que chorar por algo que nunca foi nosso mesmo...

(Extraído do livro "Insano" de autoria de Carlinhos de Almeida).

O Mais Triste dos Poemas

Violencia infantil, detonante de enfermedades
Não leia estas linhas olha pro outro lado
O mais triste dos poemas é a própria vida
Aquela que dói mais que qualquer ferida
Apenas mais um lamento pra ser desprezado

O amor se perdeu
Esse bobo sou eu
Só sangrou não doeu...

A noite já\ chegou e engoliu todas as manhãs
A música foi interrompida no meio da festa
A fogueira se apagou e só a cinza que resta
As minhas tentativas foram todas elas vãs

O sonho se escondeu
Esse bobo sou eu
Minha razão se vendeu...

A madrugada vai chegar com toda certeza
E nesta hora os meus olhos já estarão fechados
Os astros da noite já estarão todos apagados
Eu agora sou apenas a pedra com sua dureza

A ilusão já morreu
Esse bobo sou eu
Minha alma se perdeu...

Sou apenas o mais triste de todos...

terça-feira, 23 de junho de 2020

O Aço do Tempo

Brilhando 3Cr13Mov Lâmina de Resina + Madeira Lidar com faca de ...
Eu já não tenho mais objetivos
E os meus instintos mais primitivos
Me fazem correr para a escuridão
Uma escuridão que do peito brota
Uma tristeza que ninguém nota
Estou mais silencioso que um cão

Foi o aço, o aço do tempo me cortou
E, afinal, ninguém se importou...

E a alegria que era coisa tão rara
Há muito foi embora da minha cara
Mesmo se arriscando na contramão
Me machucando o sangue escorrendo
E um tanto de medo vai crescendo
Meus olhos abertos pela escuridão

Foi o aço, o aço do tempo me cortou
E, afinal, ninguém nem notou...

E eu corri e acabei caindo na vida
Como se o perigo fosse coisa divertida
Mas a vida nunca teve compaixão
A vida que é pouco mais que uma vela
Que a toda nossa esperança cancela
Por uma pura e simples judiação

Foi o aço, o aço do tempo me cortou
E, afinal, ninguém se importou...

Que Nem Caçada

Pistola Vaqueiro Menino - Foto gratuita no Pixabay
Eu sigo a mim mesmo
Como numa caçada
E no final do caminho
Vai dar em nada...

Enquanto tem tempo
Vejo os pormenores
Não sei se haverão
Alguns dias melhores...

Não sei se é o fim
Ou se tudo continua
Se terei um abrigo
Ou só minha pele nua...

Eu sigo meus sonhos
Como se fosse um louco
Sem saber exatamente
Se tudo foi muito ou pouco...

Enquanto tem vida
Enquanto posso cantar
Sem sentir mais dores
Único jeito que há...

Não sei bem o adiante
Mais lá na frente uma curva
O corpo enfraquece
E minha vista turva...

Eu sigo a mim mesmo
Que nem caçada
Não me importando
Se não há mais nada...

The Clowns

O Casamento do Grande Mágico Maycon Estallone" entra em cartaz ...
Estonteantes vírgulas torturantes que aumentam nossa dor, nada acabou, nada acaba, o paciente agoniza sem alguma eutanásia (certa ou errada) que lhe dará algum repouso.
Circo sem espetáculo.
Parede sem reboco ou pintura.
A fera perdeu seu faro.
Imprensados por invisíveis paredes como zumbis sem memória, uma marca de nascença nos amaldiçoando mesmo quando tenta o oposto, cada vez mais a dor vem nos acariciar.
Festa sem alegria.
Amor sem carinho ou ternura.
O labirinto se perdeu.
Escondidas cores em vãs tentativas porque somos os mesmos ontem, hoje, sempre, cada sinal da minha pele é uma história à parte de quantos passos dei em vão e isso me basta.
Carnaval sem fevereiro.
Tiro sem alvo ou munição.
A inocência debochou de mim.
Ofegante gás carbônico que expulso de meus viciados pulmões, alegria dos meus carrascos, meus delírios como todo cidadão miserável que tenta viver o pesadelo do politicamente correto.
Brincadeira sem vontade.
Puro engano ou apenas nada.
O sonho caiu no chão.
O espelho tomou um susto.
Vacilantes passos de embriagado por diversas sarjetas, buscando rumos inexistentes indo em direção à uma velha muralha, bateremos com força nossos rostos e o sangue esguichará bem longe.
Febre sem término.
Razão estonteada ou sem motivo.
As mãos sangram sempre.
Inveteradas tentativas de alguma satisfação que acabará em aproximadamente um segundo (geralmente damos sorte), oportunidade fadada à condenação sumária sem julgamento e nem júri.
Fome sem saciedade.
Solidão acompanhada ou aos pares.
Os pares dançam grotescamente.
Mortíferas doses de cicuta solenemente brindadas com magnatas decadentes com suas dentaduras de plástico e perucas acrílicas, como caricaturas mal-feitas por um esquizofrênico cheio do mais recheado non sense.
Desastre sem hesitação.
Comoção nacional ou apatia comum.
O salto quebrou no desfile.
Reticências maliciosas com traços de pureza que enganam os caçadores que acabam se tornando a caça, nada mais importa se a cortina não sobe num espetáculo mais ou menos grotesco onde alucinações dançam em frente aos nossos rostos.
Punhal sem ponta.
Indefinição de sofrimento ou apenas ofício,
Somos todos palhaços... 

domingo, 21 de junho de 2020

Festa Em Mim

Baile infantil do Sesc é opção para Carnaval em família ...
Há uma festa em mim, no meu corpo, na minha alma, em algum lugar não identificado onde palhaços mórbidos que fazem chorar ao invés de fazer rir comparecem acompanhados de pierrots que nunca puderam um dia amar...
Essa festa não tem horário para começar e nem hora para acabar, traz em si toda a eternidade possível de versos inacabados que ainda rodopiam feito um grande furacão de dourado pó...
Podem vir com pressa, se quiserem aproveitá-la ao máximo, ou sem pressa alguma porque há muito e muito tempo para isso, a finitude de tudo é apenas um engano, transformação é o grande segredo que passou desapercebido até de muitos sábios...
Há uma festa em mim, na minha alma, em meu sangue, corre que nem um rio caudaloso que chega ao mar o tempo todo, um mar de um verde-azul quase insondável onde me esperam sereias para me afogar...
Essa festa não tem lugar para acontecer e nem espaço limitado, vai das estrelas até o mais profundo dos abismos, onde mil musas inspiradores despem-se e bailam em torno de fogueiras que não se apagam nunca...
Podem vir sem medo, noite e dia se fundem num só tempo, onde luz e escuridão são igualmente amigas, pirilampos e flores acabam sendo iguais e mesmo a solidão acabou arranjando alguma companhia...
Há uma festa em mim, inferno e céu unidos como jamais estiveram, chamas e nuvens enfeitando o salão, bailado louco de todas as minhas aflições, amores não amados, paixões assassinadas, o carrasco e o condenado são apenas um...
Essa festa é a grande consagração de minha estupidez com as minhas tentativas de acertar, um dualismo ao mesmo tempo trágico e mágico, quase feito de palavras caladas e olhares que falam todos os idiomas de uma vez só...
Podem vir sem compromisso, a entrada é franca, assim como francas são as minhas maneiras que o tempo conseguiu embrutecer, pés e mãos cheios de calos duma jornada que o fim só sabe a morte...
Há uma festa em mim, venham antes que acabe...

(Extraído do livro "Eu Não Disse Que Era Poeira?" de autoria de  Carlinhos de Almeida), 

sábado, 20 de junho de 2020

Repetir-Me

Um menino senta-se na alvenaria com um barquinho de papel na mão ...
Tenho que repetir-me
Até de uma vez decorar-me
Os dias são uma sucessão
Tudo é diferente
Mas igualmente parecido...

Os cadernos de caligrafia
São os nossos carrascos
Cada caminho é um só
Destino e liberdade
Brincando sempre juntos...

Rir fora de hora
Ficar alegre quase sempre
Fazer perguntas demais
Somos o que somos
Nada nos impedirá disso...

Dançar quando se quer
Cansar e sentar-se no chão
A tristeza nos pertence
É nossa herança
Mas a desistência não...

Talvez tenha que mudar-me
Tudo assim está acontecendo
Mas o velho menino de sempre
Acabou sobrevivendo
À todas as tempestades...

Viagens são bem vindas
Algumas são muito
Outras nem tanto assim
Mas nossos barcos esperam
Por nós no cais da vida...

Tenho que dormir-me
Até me acordar-me
Os segundos são uma sucessão
Tudo é diferente
Mas igualmente parecido...

sexta-feira, 19 de junho de 2020

Loucos

A imagem pode conter: uma ou mais pessoas e close-up

Loucos são,
Loucos vão,
Misturando todas as cores,
Sorrindo de todas as dores,
Até não não poder e cair,
Até o sono chegar e dormir...

Loucos são,
Loucos vão,
Brincando de tocar nos espinhos,
Brincando de roubar uns carinhos,
Até que chegue a sua hora,
Todos um dia iremos embora...

Loucos são,
Loucos vão,
Desconhecendo qualquer problema,
Cada pensamento vira um poema,
Cada poema que vai se lido na praça,
Falarão de sonhos, aventura, pirraça...

Loucos são,
Loucos vão,
Não há ferida sem que haja um corte,
Toda vida depende sempre da morte,
Todo começo terá um dia o seu fim,
Todo o meu medo foi feito por mim...

Loucos são,
Loucos vão,
Hoje é festa, o circo chega na cidade,
Não adianta de nada a tal de vaidade,
Os espelhos um dia vão se quebrando,
Enquanto amores irão desamando...

Loucos sãos,
Loucos não...

Apenas Sombra

A imagem pode conter: 1 pessoa, em pé, céu e atividades ao ar livre
Vejo apenas um sombra
que o vento embala
numa fria noite...

Seu azul dos olhos 
agora indistinguível
talvez brilhe em lágrimas...

Os postes são sóis
em que a chuva fina
faz algum bailado...

Lábios de sangue
pele de total palidez
silêncio mais que absoluto...

Todo o espaço se comprime
milhares de histórias
que nem sei mais contar...

A névoa das narinas
ou a fumaça do cigarro
fazem quase que desenhos...

Não há mais medo
não há mais choro
tudo se esgotou...

Tudo se transforma
em uma foto que envelhecerá
nos bits da rede social...

Apenas sombra...

(Para Isabel. V...)

quinta-feira, 18 de junho de 2020

Tanto Tempo

Assombrado: Contos Assombrados: A Lenda do Menino Lucas
Tanto tempo a passar
debaixo do nariz
qu'eu não sou feliz
quem aqui será?

O céu continua lá
e esse sol que só queima
mas valerá a teima
ter que me queimar?

Barulho pra me acordar
de uma rotina surda
lógica absurda
qu'eu não sei contar...

Mãinha vem brincar,
brincar mais eu,
tudo escureceu
vem me carinhar...

Painho, venha me buscar
quero aquelas ruas,
que já vi tão nuas
que nem eu sei andar...

Titia, já não sei chorar,
memória quase que não tenho,
a vida sempre é um desenho
não sei como terminar...

Não sei mais desenhar
a vida quase tão exata
tem ficado chata
pra eu me aturar...

Se eu fosse rezar
pedia a meu Deus, espera,
mais uma primavera
pra eu te namorar...

Não posso mais gritar,
já devo ser o morto,
já fiquei sem porto,
pra eu me atracar...

Mãinha vem brincar,
brincar mais eu,
tudo se perdeu
não posso me encontrar...

(Extraído do livro "Muitos Dias Já Passaram" de autoria de Carlinhos de Almeida).

quarta-feira, 17 de junho de 2020

Poeminha de Chuva

na chuva | Memórias do Coque
Chegam chuvas...
vêm e também vão...
umas boas...
outras não...
molham gente...
ou molham o chão...
umas serenas...
outras paixão...
esfriam o corpo...
aquecem o verão...
começo de tudo...
ou fim da questão...
algumas na vida...
outras no coração...
uma é o mocinho...
outras é o vilão...
Chegam chuvas...
vêm e também vão...
umas boas...
outras não...

Um Monte de Vez

Menino, olhar, mal. Menino, leer, câmera, expressivo, roupas ...
Olho sem olhar 
aquilo que podia ter vivido
e acabei não vivendo...
Choro sem chorar
as decisões que tomei errado
´poderia ter sido melhor...
Mas acabou que não foi
nenhum passado retorna
mesmo sob nossa teimosia...
O caminho só tem um sentido
ir na contramão é piada
feita com certo mau-gosto...
Queria gritar bem alto
muitos sons que tenho guardado
mas a boca não me deixa...
Sente-se então naquele sofá
se iluda com mentiras banais
tudo cai e nunca vimos...
Ou então vá lá no quintal
olhe as nuvens do alto
porque logo elas passarão...
Esqueça a dor por um pouco
isto é bastante difícil
mas impossíveis acontecem...
Acendo mais um cigarro
profundamente dou um trago
mesmo sob fortes protestos...
Esqueço certos vitais detalhes
mas a minha pobre vaidade
acabou indo embora...
Sem quem me perguntar
respondo se já sofri:
Um monte de vez...

Alguns Poemetos Sem Nome N° 322

O amanhã é o hoje com requintes de ontem. Todo amor acaba sentindo raiva de si mesmo. Os pássaros acabam invejando as serpentes que queriam ...