segunda-feira, 5 de novembro de 2018

Alguns Poemetos Sem Nome - Número 3

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Tudo que tem um nome
acaba amansando-se
de uma certa forma
até a ternura
nos tortura menos
as palavras são boas professoras
os dedos apontam
em muitas direções
mesmo aquelas que desconhecemos
Tudo acaba em um nome
o mal pronunciado
a mentira descoberta
a crueldade denominada
até o poema dito sem forma
sem título algum
acaba sendo belo de certa maneira
só a morte não tem nome algum
chega, não saúda e nem se despede...

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Enganam-se todos os poetas
ao pensar que a palavra
é apenas sua escrava
(rima imperfeita)
é que os sentimentos são cegos
andam tateando pela escuridão
quando se é poeta
a razão ainda está na fila
(e sua vez nunca chega)

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areia é minha
é meia
é teia
incendeia
e teu amor
uma dor
nem leia

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viver e morrer
sem amor e sem carinho
é uma questão de visão
é coisa parecida
quase igual
só se muda de endereço

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o poeta, todo e qualquer um
acabou assumindo
o compromisso mais perigoso
entre todos os mortais
ele enxerga um centímetro além
e sente mais um segundo após o fim...

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flor ligeira
flor primeira
mais rápida
que a velocidade
passageira
autora da saudade
brincadeira
cheia de tanta maldade

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Depois que o carnaval passa
Ficou só a fumaça
Que qualquer vista embaça
Será apenas pirraça?
Ou foi mesmo a cachaça?

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