é fato sabido e conhecido
que deságuam sobre nós temporais
pois a morte é prêmio recebido
não queremos nunca e jamais
comédia e drama
crime cometido
mais um programa
bom ter comido
e as mentiras rolam e soltas
os inocentes são as vítimas fatais
a miséria em águas revoltas
combustível para nossos jornais
real e mentira
plano arquitetado
há quem prefira
viver enganado
não que seja um cara pessimista
pois sou até otimista demais
o tempo é que passa sem deixar pista
caminhemos sem olhar pra trás
fábula e farsa
enterro e riso
ninguém disfarça
morreu o siso
a modelo vai fazendo caras e bocas
mesmo se sob o chicote do capataz
minhas cordas vocais já ficaram roucas
de tanto anunciarem os lamaçais
medo e raça
final de jogo
é só pirraça
é bom pro fogo
é fato sabido e conhecido
que as folhas viajam nos vendavais
pode valer a pena ter vivido
se me derem apenas um pouco de paz
comédia e fama
tenho sofrido
ninguém me ama
não faz sentido
(Extraído do livro "Eu Não Disse Que Era Poeira?" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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