quarta-feira, 21 de novembro de 2018

Humana Máquina

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Onde os sentimentos foram esquecidos,
Aqueles mais nobres já se apodreceram
E até os teus ossos nossos ratos já roeram,
Foram tantas banalidades que aconteceram,
Cegos pros cegos, pras crianças e desvalidos...

E por mais que inventemos mais sentidos,
Aquela nossa alma se transformou em pó,
Eu conheço o dinheiro, não conheço o dó,
Isso é coisa antiga, já no tempo da minha avó,
Nossos fantasmas ficarem bem escondidos...

Somos um pouco menos do que anjos decaídos,
Se deixarem eu consigo apagar a luz do dia,
Consigo arrancar dos olhos qualquer alegria,
Eu acabo com a reza, destruo a harmonia,
Sei negar todos e quaisquer dos teus pedidos...

Nossos prazos de validade já estão vencidos,
É piada de mau-gosto essa tal de sociedade,
Somos máquinas enfurecidas - eis a verdade,
Já tirei do meu vocabulário a tal piedade,
Isso não é de agora, isso é de tempos idos...

Já amanhece e os nossos dramas são repetidos,
Tome um café, fume um cigarro, leia o jornal,
O que importa é não sofrer, mas o resto é normal,
Tem batuque, tem truque, vai ter um outro carnaval,
Tenham cuidado, fechem logo os seus ouvidos...

Tem algum mecânico aí na casa???...

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