festejemos as cinzas jogadas fora
aquilo que não queremos temos mais
a nossa própria alegria treme e chora
vamos atolando nesses tremendais
pó, poeira, cinza, carvão
acabou a vida, restou a emoção
estamos andando sós no escuro
não vemos um palmo à frente do nariz
logo ali em frente tem o nosso muro
ânsia de cada um em ser alguém feliz
pó, poeira, cinza, carvão
queremos o sim, só temos o não
até as lágrimas vamos economizar
está tudo caro e estamos todos carentes
olhe o tapete de vidro que vamos pisar
tomar uma porrada e perder os dentes
pó, poeira, cinza, carvão
vou ali bater cabeça pra televisão
está na agenda o dia marcado pra morte
vai ser o acontecimento máximo do ano
e quem sabe com um pouco mais de sorte
a gente consegue finalmente entrar pelo cano
pó, poeira, cinza, carvão, festa
tudo é bom e nada presta...
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