segunda-feira, 19 de novembro de 2018

Muito Pouco de Nada


Nem dias mais existem. Quando muito alguma coisa parecida com o tempo e isto acaba bastando. Grandes enigmas, pequenas coisas. Da forma imediata que meus olhos veem. Faltam ou falham alguns sentidos.
Há fogo na floresta. O que podemos fazer? Faltam bicos para nossas andorinhas. Triste isso. Mas o que não é triste? Rimas ou não. Alento e desalento em nosso cardápio. É o que temos para hoje, hoje e sempre...
Eu tento andar, mesmo que seja só aqui por dentro. Muitos e muitos países devem haver, assim como alguns detalhes que se desapercebem. Tudo desaparece num passe de mágica. E quando nossa memória funciona, eis um forte indício de algum milagre acontecendo.
Bom dia, dia. Os desatinos entram na sua fila obrigatória. A loucura consulta sua agenda. E os monstros tomam seu café da manhã tranquilamente. Nada poderá dar certo se algum erro não entrar na moda.
Em vão esperamos que dê pane na casa das máquinas. É complicado constatarmos que não há mais constatações. Só as lendas podem nos salvar, as histórias entraram em nova greve. Onde estão as mentiras? No mesmo lugar de sempre, possuem uma preguiça habitual e contumaz...
Evito em falar de certas coisas, acho que sempre foi assim. Desde antes, desde Freud que totens e tabus sempre nos telefonam nos dando engraçados trotes. A inércia possui muitas rimas, as avalanches foram apenas um floco que acabou caindo com certo efeito...
Tanto faz, esta é a sábia resposta dos sábios. Os tolos sempre assinam embaixo. Vamos fazer determinados ritos por puro hábito. Juntamos sempre alguns cacarecos para que a bagagem pese mais e acabemos exaustos. Não precisa ser assim...
Tudo é tão simples que acaba até complicando. Nada mais posso fazer. O destino e a sorte são dois eternos apaixonados, mas sua timidez acaba prejudicando o romance. 
Antes, eu queria me embriagar. Hoje percebo que isso acontece e eu nem noto. Sempre foi assim, eu esperava e espero pela alegria e se ela passou ou se passará, desconheço...
Alguém deve estar nascendo nesse exato momento, alguém pode estar morrendo, as engrenagens do tempo sempre funcionam, independente de quantos padres-nossos e de quantas aves-marias forem para o ar...
Quase nada, quase tudo. Até os cães fazem silêncio vem em quando. Os gatos sabem aproveitar telhados e muros. Todas as pedras acabam possuindo sua maciez, é só trocarmos as lentes.
Um menino está lá fora, deve ser eu e olha que só agora notei isso. Minha alma pouca se importa com meus desatinos, o costume se acostuma com tudo. É por isso que a solidão acabou esquecendo suas algemas e o flagrante acabou dando errado...
Continue então como bobo as minhas palavras. É tudo que tenho e quero...

(Extraído da obra "Eu Não Disse Que Era Poeira?" de autoria de Carlinhos de Almeida).

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